A nova vida do Mosteiro de Alcobaça
O Mosteiro de Alcobaça, obra de referência da arquitectura cisterciense - austera, rigorosa, desnudada - encontra-se a comemorar 850 anos de história, numa altura em que começa a emergir da progressiva degradação que dele se tinha apossado.
No passado dia 8 de Abril ocorreu sessão solene de abertura das celebrações dos 850 anos da fundação da abadia, dos 750 anos da sagração da Igreja do mosteiro e dos 850 anos da morte de São Bernardo de Claraval. Um conjunto de concertos e ciclos de conferências decorrerá até Outubro, “procurando fazer com que o país se recorde de Alcobaça”, como reconhece o Pe. Fernando Cima, pároco da localidade.
Na sessão de abertura foi abordado todo o plano de recuperação dos conjuntos monásticos a ser levado a cabo pelo IPPAR. O programa governamental de recuperação, reabilitação, restauro e valorização permitiu dar um novo brilho a Alcobaça, após 150 anos de degradação contínua e Luís Ferreira Calado revelou que o IPPAR vê nos conjuntos monásticos “locais de memória e divulgação da cultura monástica em Portugal.”
A outra conferência do dia abordava a influência de Cister - personificada neste mosteiro - na história portuguesa. Frei Geraldo Coelho Dias destacou a ligação de Alcobaça à cidade de Coimbra, estando nas origens da Universidade fundada pelo Rei D. Dinis.” Os monges de Cister abandonaram Portugal em Outubro de 1833, há 170 anos e o seu regresso a Portugal é um desejo muito forte, embora se saiba que é impossível ocuparem os antigos mosteiros, que agora estão rodeados de população e alvoroço”, confessa o Pe. Cima.