Nacional

A tradição voltou a ser o que era...

Sérgio Carvalho
...

O Santuário de Fátima recebeu, dia 8 de Junho, a 1.ª Peregrinação Nacional de Ranchos Folclóricos.

Nesta primeira peregrinação tomaram parte 212 grupos da federação, num total de 11.000 pessoas trajadas, segundo os costumes das várias províncias portuguesas, como o Alto Minho, Baixo Minho (zona do Ave e do Cavado), Alto Douro Sul e Trás-os-Montes, Douro Litoral (Norte e Sul), Beira Litoral (zona Vareira e Interior), Baixo Vouga, Beira Alta (Viseu-Dão-Lafões e Interior Serra da Estrela), Beira Baixa Interior, Alta Estremadura, Estremadura Centro (zona Saloia), Estremadura Sul – Alentejo Litoral, Ribatejo, Templários, Alentejo (Alto, Central e Baixo) e Algarve. Os vários grupos juntaram-se junto ao Centro Pastoral Paulo VI, donde saíram em cortejo, às 09h30, para desfilarem desde a Cruz Alta até ao Altar do recinto. Devido a tão grande número de pessoas, este desfile durou cerca de 40 minutos, o que deu à Cova da Iria um colorido e um aspecto diferente, parecia que estávamos no tempo das aparições, nos idos de 1917. Isto foi mesmo o que mons. Luciano Guerra disse, «estes trajes relembram aquelas 50.000 a 70.000 pessoas que em 1917 presenciaram o prodígio solar». O reitor do Santuário de Fátima reconheceu que «esta é uma forma de recordar o passado, pois quem não conhece o seu passado, não consegue compreender o presente». Além de todo o espectáculo de beleza que o desfile proporcionou aos outros peregrinos, esta foi uma jornada de fé, a comprovar pelos próprios trajes que alguns folcloristas traziam. Vieram com os «trajes de Ver-a-Deus», expressão dada à roupa de Domingo, ou traje domingueiro que se usava para ir «assistir à Missa». As senhoras vinham com as suas mantilhas, missais e terços e homens com o chapéu na mão, em sinal de respeito pelo local sagrado. Os membros dos Ranchos Folclóricos encheram por completo as escadarias das colunatas da Basílica e cerca de 2.000 cadeiras colocadas defronte ao Altar do Recinto. Participaram na Eucaristia, presidida pelo Bispo Emérito de Coimbra, D. João Alves, assumindo várias funções como leitores, ajudando na distribuição da Comunhão e animando no canto. Esta última função coube ao grupo de cantares alentejanos de Pias, distrito de Beja, que entoou um cântico alentejano em honra de Nossa Senhora de Fátima. No final da Eucaristia, o presidente da concelebração distribuiu simbolicamente a alguns membros dos Ranchos Folclóricos, entre os quais o presidente da Federação, uma edição especial do Santuário de Fátima do livro publicado pela Conferência Episcopal Portuguesa, sobre «O Rosário e João Paulo II». Depois foi oferecido um exemplar a cada folclorista. D. João Alves aproveitou este momento para dizer aos participantes nesta peregrinação que «o seu trabalho é muito importante, pois guardais o nosso património musical e histórico da morte». Terminou dizendo que certamente «Nossa Senhora abençoará o vosso trabalho». Sérgio Carvalho


Fátima