Nacional

Abertura do Ano Escutista da Região de Viana do Castelo

Jorge Alves Barbosa
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ABERTURA DO ANO ESCUTISTA 2003/2004 Seixas (Caminha), 11 e 12 de Outubro 2003 Seixas acolhe no próximo fim-de-semana de 11 e 12 de Outubro, a Abertura do Ano Escutista da Região de Viana do Castelo. Esta iniciativa coincide anualmente com o início de mais um ciclo de actividades para os escuteiros do distrito de Viana do Castelo. Nesta 13.ª edição, inscreveram-se cerca de 1200 escuteiros provenientes dos diferentes agrupamentos que animarão a freguesia de Seixas com um vasto conjunto de actividades pedagógicas e de ligação a esta comunidade do Alto-Minho. Do conjunto de iniciativas previstas para o fim-de-semana, destacam-se as seguintes: No Sábado, 11 de Outubro, às 18 horas – Cerimonial da Abertura do Ano Escutista 2003/2004, a realizar no salão de Festas da Casa de S. bento. Segue-se a inauguração da exposição escutista e ambiental, abordando aspectos institucionais do CNE e actividades realizadas ligadas ao Ambiente que estará patente no salão nobre da Junta de Freguesia de Seixas. Colabora nesta exposição a Associação de Defesa do Ambiente – COREMA. Ainda no Sábado, às 21h30m, realizar-se-á, no salão de festas, um espectáculo aberto a toda a comunidade. No Domingo, 12 de Outubro, dia principal das actividades, após a eucaristia a celebrar às 9h30m, desenrolam-se durante a manhã e tarde actividades pedagógicas por secções (diferentes escalões etários). Às 16horas inicia-se o desfile de contingentes e fanfarras escutistas, a partir de vários pontos da freguesia que, culminará pelas 16h30m, no Largo de S. Bento, com o Cerimonial de Encerramento. Este será o momento destinado à entrega de prémios e conta com a presença das individualidades e instituições que colaboraram neste evento, escuteiros, familiares e população em geral. Sob o lema para 2003/2004 – ARMAR UMA TENDA…CONSTRUIR O FUTURO, os jovens escuteiros e os seus dirigentes iniciam uma nova caminhada que culminará em Agosto do próximo ano com a grande actividade que é o Acampamento Regional. Por isso, quer o tema quer o logótipo sintetizam na perfeição a mística e a simbologia associadas à vida de todo o escuteiro, evocando ainda esse grande evento que se perfila no horizonte da a família escutista da Região. Ao se apresentar como o símbolo mais visível da actividade escutista, a tenda é muito mais que a imagem do gosto pela vida ao ar livre, do acampamento como experiência de comunidade, do cuidado com a sanidade física e mental, objectivo fundamental de qualquer método educativo; a tenda representa para o escuteiro a disponibilidade para progredir, para mudar, para inovar, para criar espaços novos de crescimento, como simboliza a busca permanente de um estilo de vida aliciante, a procura incessante da felicidade. Esta actividade é promovida pela Junta Regional do Corpo Nacional de Escutas de Viana do Castelo e pelo Agrupamento do CNE N.º 573 de Seixas que comemora o seu XXV aniversário. Apoiam este acontecimento várias instituições de índole local e regional, nomeadamente, a Câmara Municipal de Caminha e o Instituto Português da Juventude. [FIM] Anexo 1 – Tema integrador para 2004 "ARMAR UMA TENDA… CONSTRUIR O FUTURO" "Sabemos que se a nossa morada terrestre, que é esta tenda, for destruída, teremos no céu um edifício, morada eterna, que é obra de Deus” (2 Cor 5,1). A imagem da tenda perpassa toda a História da Salvação como símbolo da condição nómada do povo de Deus, um povo cuja origem está precisamente na “partida” de Abraão, um povo que viveu as grandes experiências da sua história em caminhada, com particular relevo para a peregrinação, pelo deserto, em direcção à Terra Prometida. A tenda era também a morada de Deus, um Deus que não habita em edifícios feitos por mãos humanas; a tenda tornou-se inclusivamente o símbolo da incarnação do Filho de Deus, a verdadeira morada de Deus entre os homens que ao incarnar, “armou a sua tenda entre nós”, para usarmos a linguagem precisa de S. João (Jo 1, 14). Esta simbologia da tenda deu origem “à maior e mais santa das festas hebreias” – a festa das tendas ou dos tabernáculos – que marcava precisamente o fim da época das colheitas; guardava, por isso, uma relação directa com a actividade agrícola e a necessidade de um certo repouso durante a mesma. Para S. Paulo, a tenda torna-se, mais precisamente, o sinal da fugacidade e da transitoriedade da vida, segundo a mensagem da carta aos Hebreus que diz: “não temos aqui morada permanente, mas buscamos a do futuro”; é por isso que o Apóstolo, tendo presentes as dificuldades dos cristãos e a precariedade da vida, lança esta palavra de esperança: “esta vida é como uma tenda que o próprio vento pode arrancar e levar, pelo que nós buscamos uma habitação segura e consistente que é feita pelo próprio Deus, uma vida eterna”. Por aqui se vê que a tenda é, afinal, o sinal da nossa própria vida, do nosso destino em busca da eternidade tão desejada…. Ao se apresentar como o símbolo mais visível da actividade escutista, a tenda é muito mais que a imagem do gosto pela vida ao ar livre, do acampamento como experiência de comunidade, do cuidado com a sanidade física e mental, objectivo fundamental de qualquer método educativo; a tenda representa para o escuteiro a disponibilidade para progredir, para mudar, para inovar, para criar espaços novos de crescimento, como simboliza a busca permanente de um estilo de vida aliciante, a procura incessante da felicidade que sabemos estar, afinal, onde nós a colocarmos com a nossa boa vontade. É por isso que propomos para o novo ano escutista a simbologia da tenda em jeito de “alerta” para o reencontro com o espírito escutista, como um convite ao despojamento de muitas solicitações e agressões que nos vão envolvendo na vida corrente e que desvirtuam não só o espírito escutista, mas também o verdadeiro sentido da vida humana. Para nós, escuteiros, “armar a tenda” significa que não embarcamos na ambição do “ter mais”, esmagadora de uma verdadeira personalidade livre e independente, mas nos queremos conduzir pelos caminhos do “ser melhor”; armar a tenda significa que não temos medo de abraçar os valores que caracterizam a nossa cultura, que exprimem a nossa fé e sustentam a nossa vida, mesmo que alguns os considerem já fora de moda, como se a vida num apartamento em qualquer dormitório urbano pudesse constituir o verdadeiro ideal da estabilidade pessoal e familiar; armar a tenda significa exercer a capacidade de construir a própria casa, delinear os contornos do próprio futuro, escolher o espaço adequado para crescer e para ser feliz; armar a tenda significa também que não nos apegamos à inércia ou ao comodismo, que não nos deixamos vencer por tentações de pessimismo e derrota, que não conhecemos o significado assustador da palavra crise, porque estamos dispostos a mudar o que tem que ser mudado com a mesma alegria com que abraçamos qualquer projecto; armar a tenda tem para nós também esse significado espiritual que nos aponta S. Paulo: devemos tomar consciência de que o mais importante na vida é ir ajudando a edificar essa morada definitiva que é obra de Deus, e para a qual colocaram a primeira estaca no momento do nosso Baptismo. Temos como cenário para o presente ano a magia envolvente do espaço que Seixas nos oferece, um espaço que exprime o diálogo impressionante entre um monte cravejado de edificações que se exibem e espelham nas águas tranquilas de um rio Minho que se afirma daqui como fronteira e desafio: fronteira da nossa realidade e das nossas capacidades e desafio para vencer a mesma fronteira no sentido de uma abertura ao mundo europeu a começar, desde já, pelo diálogo com os nossos vizinhos mais próximos. Deste lugar, juntamente com a comunidade que o habita, escutamos as lições de S. Pedro que, da sua Cátedra, nos diz: “caros jovens, colocai diante de Deus as vossas preocupações porque Ele cuida de cada um de vós; sede sóbrios e “estai alerta”, porque o vosso adversário, o demónio, anda à vossa volta como leão que ruge procurando a quem devorar. Resisti-lhe firmes na fé!” (Cfr. 1Ped 5, 5-9); e também não nos passa despercebida a mensagem de S. Bento, o grande patrono da Europa, aqui tão presente como expressão da devoção popular das gentes do Alto Minho e delineada no seu projecto de “ora et labora”, um projecto que foi capaz de construir a Europa do passado, que consegue dar sentido à Europa do presente, um projecto que constitui, ainda hoje, o caminho certo para a construção da Europa do futuro; por isso mesmo, esta Abertura de um novo Ano Escutista é, para nós escuteiros de Viana do Castelo, o estímulo para uma abertura a novos horizontes em ordem à construção de uma Europa dos cidadãos com fronteiras cada vez mais alargadas… “Armar uma tenda… construir um futuro” é a fórmula com que gostaríamos que os escuteiros de Viana do Castelo redescobrissem o verdadeiro espírito escutista expresso nos termos das particularidades de cada metodologia educativa. Como propõem os Bispos Portugueses em Bases para a Pastoral Juvenil, “na formação pessoal privilegiem-se, à luz da mensagem evangélica, os seguintes aspectos: o culto da verdade, o primado do amor, a dignidade pessoal, o papel da consciência, a autodisciplina, o discernimento moral, o respeito pelo outro, o sentido vocacional da vida, a colaboração gratuita, a abertura ao ecumenismo, o dever ecológico”. Por conseguinte, desafiamos os nossos Dirigentes a que sejam capazes de reacender nos mais jovens a verdadeira chama do crescimento, da camaradagem, da entreajuda, da fraternidade, do respeito pelo outro, ainda que diferente, do gosto pela vida ao ar livre, da adesão à vontade de Deus na imitação dos nossos patronos. Deixai-vos encantar, caros escuteiros, pelo contacto com a natureza: evitai a força ensurdecedora dos decibéis das nossas praças e deixai-vos enfeitiçar pelo canto das aves, afastai para longe o ópio dos auscultadores e procurai escutar, pelos bosques, o simples sussurrar das folhas ou o borbulhar das nascentes; fechai os olhos à potência cega dos holofotes e deixai-vos encandear pela luz de um sol poente; desviai o olhar da alienação e agressividade desorientadora dos “neons” e deixai-vos encantar pela magia das estrelas… Pode bem ser que entre elas venhais a descobrir o verdadeiro rosto de uma humanidade inquieta em busca da identidade perdida ou mesmo o rosto de um Deus que “nos colocou neste mundo encantador para sermos felizes e apreciarmos a vida” (Baden-Powell) e que, afinal, sempre se revela tanto na beleza e no mistério das suas criaturas como na simplicidade de um sorriso de criança. Jorge Alves Barbosa Assistente Regional do CNE CONTACTOS PARA MAIS INFORMAÇÕES: Chefe Regional Eng.º Vítor António Pereira Lopes de Lima 96 604 59 23 258 32 32 32 Apartado 20 4901-909 VIANA DO CASTELO Tel.: 258 325 100 - Fax.: 258 325 101 E-mail: jrcne_viana@hotmail.com


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