Nacional

Acção Católica Rural empenhada na defesa das questões da vida

Diário do Minho
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O Conselho Nacional da Acção Católica Rural (ACR) definiu como linhas prioritárias de trabalho para os seus grupos o total empenho na luta pela defesa da vida, procurando ser uma verdadeira «contra-corrente » na sociedade portuguesa, que se apresta a ser chamada a pronunciar-se sobre algumas destas questões. No final dos trabalhos do Conselho Nacional, que reuniu em Viana do Castelo os representantes do movimento com grupos em 17 dioceses, a presidente da Equipa Nacional da ACR adiantou ao Diário do Minho que «a educação sexual nas escolas, a questão do aborto e a questão da eutanásia» são temas que vão mobilizar os mais de dois mil militantes do movimento «numa luta contra esta vaga de laicismo», procurando sintonizar e fazer intervir o movimento nesta reflexão e numa campanha pelos «valores da vida» que, além de momentos de estudo, em grupo ou de forma pública em seminários e palestras, ou mesmo «porta a porta», elucidando as pessoas acerca do valor da vida, sempre numa perspectiva bíblica e eclesial. Segundo Ângela Almeida, outra das grandes preocupações do movimento prende-se com a realidade do endividamento das famílias. Esta é uma questão que pode levar à desestruturação dos agregados e o movimento, na sua vertente de tornar a Igreja cada vez mais próxima das pessoas e dos seus anseios, quer alertar para esta realidade. No quadro dos projectos da ACR cabem os realojamentos dos agregados familiares mais necessitados, assim como campos de férias para as famílias, onde os participantes passam a viver no quadro de uma grande família, partilhando as tarefas e os tempos, associando a oração e reflexão ao lazer. A jovem bancária, mãe de três filhas, com idades entre os 14 meses e os sete anos, acredita que a ACR tem o futuro garantido, já que adoptou a estratégia de criar grupos de jovens e crianças, o que é «uma situação inovadora». Seguindo o lema “de pequenino se torce o pepino”, a ACR está a adaptar as suas metodologias procurando introduzir uma componente lúdica a fim de incutir nos mais novos, quase a brincar, os valores fundamentais que lhes permitam, no futuro, responder às solicitações do mundo. Ângela Almeida, que coordena uma equipa de um movimento que é maioritariamente composto por adultos (cerca de 60 por cento), estando a subir a percentagem dos mais jovens, diz que, hoje, «basta querer e crer» para avançar, já que meios auxiliares e de apoio não faltam, devidamente adaptados para todas as idades, além das publicações periódicas que permitem oferecer formação e informação. A título de exemplo deste crescimento da intervenção dos mais novos no seio da ACR, Ângela Almeida relatou projectos de jovens que gastam as suas tardes de domingo em visitas aos mais idosos e aos doentes das suas localidades. A Acção Católica Rural está, hoje, a amadurecer o significado de ruralidade ponderando a continuidade desta designação, até porque já foi questionado por muitos militantes em respostas a um inquérito, considerando Ângela Almeida que importa é viver este espírito da ruralidade mesmo na terras mais interiores, nas quais o mundo laboral fabril vai tomando conta do ambiente outrora exclusivamente campesino. DM/Paulo Gomes


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