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ACEGE: Greve geral não traz benefícios

Rui Martins
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Enquanto protesto, a paralisação «é compreensível», mas «enquanto estratégia para o futuro é um equívoco», diz presidente da Associação

O presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) considera que “nada resultará” da greve geral deste dia 24 de Novembro em favor dos portugueses atingidos pela pobreza e desemprego, “as chagas sociais mais graves” do país.

Em declaração enviada à Agência ECCLESIA, António Pinto Leite sublinha que “o sofrimento prioritário não está naqueles que têm emprego e emprego garantido, como é o caso dos funcionários públicos”, o sector “essencialmente” mais mobilizado para a paralisação.

O presidente da ACEGE admite que a acção conjunta das duas centrais sindicais, CGTP e UGT, reflecte “um profundo descontentamento com as medidas de austeridade” mas acredita que ela não resolve “as questões de fundo”.

Para António Pinto Leite, “Portugal tem medo de enfrentar os seus bloqueios e esta greve, se enquanto protesto é compreensível, enquanto estratégia para o futuro é um equívoco”.

"A situação é demasiado grave para que uma greve geral possa ter os efeitos que noutro contexto poderia ter", sustenta.

Segundo o antigo dirigente do PSD e membro da Comissão Política da recandidatura de Cavaco Silva às eleições presidenciais, as prioridades económicas do país consistem na “redução da parte da riqueza nacional consumida pelo Estado, que não deveria exceder 40% e ronda os 50%”, e na “criação de condições para que haja crescimento económico sustentado”.

Sem as reformas necessárias, “às quais os sindicatos reagem muito mal”, vai manter-se o empobrecimento, acompanhado de mais paralisações e medidas económicas restritivas, desde já causadoras de “grande inquietação”, salienta António Pinto Leite.

O presidente da ACEGE considera igualmente que a greve evidencia “o acentuar de um distanciamento cada vez maior entre os milhões de portugueses que trabalham no sector privado e o sector público, com um grau crescente de incomodidade do sector privado relativamente aos custos que é obrigado a suportar com o Estado”.



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