De 23 a 29 de Junho passado, visitei com um grupo de amigos 4 das 9 ilhas deste lindo arquipélago. Vale a pena conhecer a Região autónima deste nosso país, onde se encontra o seu ponto mais alto, no Pico da ilha do Pico.
O arquipélago dos Açores é constituído por 9 Ilhas: S. Miguel e Santa Maria (Grupo oriental); Terceira, Graciosa e S. Jorge , Pico e Faial (Grupo central); Flores e Corvo (Grupo ocidental). No seu conjunto somam uma área de 2.335 km2, com uma população de cerca de 244 mil habitantes. São mais povoadas: S. Miguel (132 mil habitantes), Terceira (58 mil), Faial e Pico (15 mil cada uma). Goza de um clima temperado marítimo suave.
Terceira - O povoamento da Terceira começou em 1450. Chamaram-lhe a ilha de Jesus Cristo mas foi a terceira a ser descoberta. Daí o nome de Terceira.
Angra do Heroísmo é a primeira cidade europeia do Atlântico (desde 1534).Em 1930 foi classificada pela UNESCO como património da Humanidade: o centro antigo da cidade com o Monte Brasil. A cidade marca a transição dos modelos de viver e construir medievais para os modelos da Renascença e dos Descobrimentos.
Casas senhoriais, conventos e mosteiros à volta da catedral. Os impérios do Espírito Santo atestam a presença de devoção medieval europeia que faz entre o povo no domínio do divino, do sagrado e da caridade.
Junto do Monte Brasil, a angra com águas profundas e abrigada, fez que surgissem as primeiras casas nas colinas. A cidade cresce, uma cidade aberta para o mundo. Merecem uma visita: a sé catedral (do séc. XVI), pelo seu interesse arquitectónico, imagens e pinturas e paramentos do séc. XVII, e móveis em jacarandá, o museu antigo do convento de S. Francisco, o Alto da Memória, no jardim. Uma volta à ilha incluiu a Praia da Vitória, o Porto Judeu, os Biscoitos, a Serreta, S. Bárbara e S. Mateus.
Este ano tivemos o S. João com a animada festa das marchas populares pelas ruas. E a famosa alcatra e a sopa do Espírito Santo, servida na Quinta do Martelo, regados com o verdelho do Pico.
Faial e Pico - Da Terceira voámos até ao Faial, avistando do avião as ilhas Graciosa, S. Jorge e Pico. Sem chuva ou nevoeiro abundam as paisagens deslumbrantes.
A cidada de Horta, foi centro e lugar de refúgio dos homens do mar, que aqui faziam a aguada. É o museu da ilha, com a famosa marina, a igreja de S. Francisco, o museu do “miolo de figueira”, o Peter Café Sport, onde se acolhiam os homens do mar que aqui procuravam o seu correio e um pouco de repouso depois das tarefas do mar. Demos volta à ilha que terá sido descoberta na primeira metade do séc. XV, e o cujo povoamento data de 1460 por gente vinda do norte de Portugal e de flamengos.
Em frente da Horta está a ilha do Pico. Chegámos à Madalena no Cruzeiro do Canal que, em cerca de 35 minutos atravessa o canal. O Pico, com 2.351 metros - o ponto mais alto de Portugal - esteve para nós oculto no dia da nossa visita, mas mostrou-se, quando já estávamos na ilha do Pico. A volta à ilha levou-nos ao Museu dos Baleeiros nas Lajes do Pico, onde almoçámos, ao Cachorro, aos Biscoitos com suas piscinas, a S. Roque, à Candelária. Apreciámos as famosas curraletas, e o vinho verdelho do Pico. Uma ilha a caminho de ser declarada Património da Humanidade.
S. Miguel - A ilha terá sido descoberta entre 1426 e 1439, e o seu povoamento teve início em 1439, com portugueses vindos do Algarve e do Alentejo.
Instalados no Hotel Holiday Inn Azores, aproveitámos o primeiro dia para fazer o circuito das Sete Cidades.
Iniciámos a visita celebrando a Eucaristia no Santuário da Esperança onde se encontra o convento e a capela, do séc. XVI, e onde se venera a imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, onde se acolhem em peregrinação os açoreanos, espalhados pelo mundo, sobretudo, no Canadá, Estados Unidos e Venezuela.
Seguimos pela Relva, Miradouro da Vista do Rei sobre as Lagoas verde e azul, miradouro sobre os Mosteiros, almoço típico no Cavalo Branco, Capelas, S. Vicente com desvio ao miradouro e zona balnear, junto à antiga fábrica de transformação da baleia, regressando a Ponta Delgada, pelas Fajãs com visitas às estufas de ananás.
No segundo dia: Subida à Lagoa do Fogo, Ribeira Grande, e Lagoa das Furnas, almoçando o célebre “cozido das Furnas” no Hotel Terra Nostra. A sempre maravilhosa visita ao Parque Terra Nostra foi reduzida pela chuva. Uma aberta deu-nos a possibilidade de visitarmos as Caldeiras. E por Vila Franca do Campo chegámos a Ponta Delgada. Uma onda de festa com a solenidades de S. Pedro.
Ponta Delgada é já uma cidade com movimento, com colorido, com bons hotéis.
Os Açores continuam à espera daqueles que ainda não se resolveram a conhecer estas ilhas de tranquilidade, de serenidade, e de frescura da memória para quem anda demasiado cansado pela correria da vida.
Armando Soares