ACR revitaliza compromisso com 75 anos Agência Ecclesia 17 de Novembro de 2008, às 18:08 ... Seminário nacional da Acção Católica Rural deixa apelos à s comunidades cristãs perante o actual cenário de crise DesequilÃbrios económico-sociais nas famÃlias, concretamente em Portugal estiveram em análise no Seminário Nacional da Acção Católica Rural (ACR), no dia em que a Acção Católica (AC) celebrava 75 anos de história. Angela Almeida, actual Presidente da ACR, há 25 anos no movimento, aponta a “alegria de estar ao serviço de uma grande causaâ€. A Presidente aponta o clima “inter-geracional e de aprofundamento de valores que se conseguiu criar no movimento†ao longo da história. “Não somos um movimento de massas como nos primeiros anos, mas somos um movimento de fermento, com um papel na sociedade e Igreja actual, porque trabalhamos nos problemas sociais e queremos dar um sinal de esperançaâ€. A Presidente aponta a ACR como um movimento que trabalha com as pessoas e as conhece “concretamenteâ€. “Sentimos todos os problemas económicos e financeiros que estão ligados aos problemas sociaisâ€. Angela Almeida indica que através do “método próprio Ver, Julgar e Agir, e através da reflexão desenvolvida no seminário, podemos agir de acordo com a motivação que a Igreja nos dáâ€. O Seminário da ACR pretendeu lançar o desafio de, enquanto movimento de Igreja, “o que podemos fazer concretamente para melhorar a situação que actualmente se vive em Portugalâ€, aponta a Presidente da Acção Católica Rural. O método da ACR implica que “se olhe profundamente a realidade que nos cerca, que julguemos com discernimento e baseados na leitura da Palavra. Com um bom olhar e um bom julgamento, a acção e o trabalho são certeiros e motivadosâ€, aponta Angela Almeida. Sobre o tema escolhido para o Seminário, a presidente aponta “a urgência de um problema crucial, que gera desequilÃbrios gritantes e exclusão socialâ€. Enquanto membros da Igreja “a ACR quer construir um mundo mais fraterno, mais justo e humano e entendemos que só com acções concretas o podemos fazerâ€. Precursora no caminho dos leigos A celebrar 75 anos de AC, o Pe. Querubim, assistente espiritual da Acção Católica Rural, recorda que “foram muitos os que se formaram na esteira da Acção Católicaâ€, indica, apontando os compromissos polÃticos, económicos e sociais e “até mesmo os compromissos paroquiais e diocesanos, quer na sociedade civil como na Igreja†que os participantes neste movimento assumiram. O sacerdote indica não se poder ignorar que “nas diversas vertentes tem sido e poderá continuar a ser uma forma de dar significado à expressão de a Igreja ser fermento na sociedade civilâ€. A AC foi “precursora do reconhecimento e da missão dos leigos na Igreja, consagrado posteriormente no II ConcÃlio do Vaticanoâ€. O Pe. Querubim aponta que a AC não se esgotou com o II ConcÃlio do Vaticano “muito pelo contrárioâ€. No entanto, “passou a ser encarado de forma diferente. Os leigos não vão onde o clero não pode ir, mas por inerência da condição de baptizados, os leigos continuam a ter um papel preponderante na transformação da realidadeâ€. O sacerdote indica que “apareceram movimentos de carácter mais espectacular e ocuparam o lugar que a AC teveâ€. Mas, aponta, “a mÃstica da AC não era movimentar massas, mas antes de ser fermento e permear os meios sociaisâ€. O Pe. Querubim aponta que “não está esgotada, nem ultrapassadaâ€. “Será necessário reencontrar caminhos, não perder a lucidez que é a Palavra de Deus que motiva e anima para viver a espiritualidade secular na realidadeâ€. Um trabalho que “não dá espectáculoâ€. A palavra que melhor resume é a “militância, sem confundir com as militâncias partidáriasâ€. O sacerdote aponta “demasiadas declarações públicas que não passam disso e esquece-se a importância de deitar mãos à obra com capacidade transformadoraâ€. “Vejo com dor a situação social a agravar-se, a exclusão a aumentar, a falta de educação que leve as pessoas a serem protagonistas da sua realidade, pois estamos muito acomodados sem sermos activos, e sinto que as respostas passam por nós, pela nossa acção, enquanto dinamizadores que torne as pessoas esperançosas e corajosasâ€. Laicado em falta Acácio Catarino, presente no Seminário Nacional da ACR, antigo militante da AC e consultor da Presidência da República para os assuntos socais e do trabalho, sublinha ter encontrado na AC uma “evolução geracional de apreçoâ€. A AC “é uma instância que ajuda na tomada de consciência dos problemas de todos, de leitura à luz do Evangelho e de procura de soluções o mais concretas possÃveisâ€. Uma linha que caracteriza a AC e que “mantém toda a actualidadeâ€. “Antes do ConcÃlio Ecuménico muitas orientações ai adoptadas, estavam já assumidas no âmbito da ACâ€. O potencial “existe porque nesta perspectiva dos leigos o que está sempre presente, a vida da Igreja acontece em qualquer lugar†e isto, sublinha “é o fundamentalâ€. A descristiniazação e a secularização podem ter remetido a fé para a esfera privada e “ajudado a perder o fermento no meio da sociedadeâ€. Acácio Catarino sublinha que importa que os leigos “saibam encontrar o seu papel na sociedade e que, sem prejuÃzo da explicitação cristã, há qualquer coisa a fazer em termos menos explÃcitosâ€. Acácio Catarino considera que o laicado está “bastante em falta. Como leigos tÃnhamos obrigação de, no interior da Igreja, fazer análises consistentes sobre os problemas sociais e apresentarmos soluções concretas, quer no âmbito da Igreja como nas esferas polÃticas e sindicaisâ€. O problema, aponta o consultor, é que “todos retemos à nossa vida privada. Consequentemente temos dificuldade em nos congregarmos. Quando se pensa em congregação, olha-se mais para a pretensa ou não pretensa a um sindicato ou a um partido polÃtico do que à própria Igrejaâ€. Acácio Catarino aponta uma situação “estrutura de desigualdades na sociedadeâ€. Nas últimas décadas assistiu-se à “perda de valores morais, sobretudo o valor da igualdade. Por outro lado surgiu um valor virado para a competitividade instrumentalizando a pessoa humanaâ€. Estes factores conferem um quadro de “perplexidade em termos económicos, sociais e éticosâ€. Compete aos leigos alterar este quadro, aponta Acácio Catarino. “Os leigos estão em dÃvida, pois não estão a assumir a sua responsabilidade, não fazemos a análise dos problemas, não elaboramos propostas e não as apresentamos nas instâncias devidas. Esperamos que outros avancem, de forma passivaâ€. Vozes da ACR José Silva, do Porto, pertence há 13 anos à ACR. Uma herança que lhe chegou “através da catequeseâ€. Este militante assume que nos dias de hoje “continua a fazer todo o sentido a existência deste movimento nos dias de hojeâ€. Na sua profissão “mesmo que de forma menos explÃcita, mas através de palavras, se tenta passar uma forma de ser e estarâ€. A participação na ACR “ajudou-me a não ter medo de dizer quem souâ€, afirma, acrescentando ser uma marca na postura das pessoas “a participação em algum movimento de Igrejaâ€. Cristina Carvalho, de Braga, pertence à ACR há cerca de 10 anos. Uma primeira resposta a um convite antecedeu “a aprendizagem que fiz neste movimento. É aqui que aprendo muito do que sou, do que levo para o meu trabalho e para a minha vida no dia-a-diaâ€. O método que caracteriza a AC “é muito fácil de pôr em prática e uso-o na minha vidaâ€. Célia Martins, de Esposende, está na ACR há 13 anos, por herança familiar. Avós, pais e irmãos, todos comungaram do mesmo método Ver, Julgar e Agir. “Somos uma famÃlia normal, com todos os problemas, mas tentamos colocar Cristo na nossa vidaâ€. Esta militante aponta a importância do percurso mas “não podemos ficar agarrados ao passadoâ€. Os leigos “precisam ter um papel activo na sociedade e na Igreja, mas não podemos esquecer a importância da formação para dar resposta a situações com que nos deparamosâ€. ACR Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...