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«Ad Limina»: Visita com história reforça «comunhão» entre a Igreja universal e cada diocese

Agência Ecclesia
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Padre João Chaves com D. António Sousa Braga, bispo de Angra (igrejaacores.pt)
Padre João Chaves com D. António Sousa Braga, bispo de Angra (igrejaacores.pt)

Padre João Chaves, açoriano, esteve 15 anos ao serviço da Cúria Romana

Angra do Heroísmo, Açores, 04 set 2015 (Ecclesia) - O padre açoriano João Chaves, que esteve 15 anos ao serviço da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Santa Sé), considera que a visita ‘ad Limina’ é um “momento simbólico” para “reforçar a ideia de comunhão”.

Numa entrevista ao sítio ‘Igreja Açores’ e ECCLESIA, o sacerdote dehoniano lembra a da história destas visitas para sublinhar que “face à facilidade e aos canais de comunicação” que existem entre a Santa Sé, as conferências episcopais e as dioceses, “ninguém está à espera desta visita para resolver problemas”.

Por isso, sustenta, há sobretudo “valor simbólico” nestas visitas que se realizam periodicamente, com o intuito de visitar o túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo e encontrar-se, particularmente, com o Papa - o que no caso dos bispos portugueses vai acontecer na segunda-feira.

As visitas ‘ad Limina’ foram estabelecidas de uma forma “mais clara” no Pontificado de Sisto V, em 1585, através da constituição ‘Romanus Pontifex’, e as regras foram revistas em dezembro de 1909 pelo Papa São Pio X, através de um decreto sobre a Congregação Consistorial, fixando que cada bispo deveria enviar ao Papa um relatório sobre o estado da sua diocese de 5 em 5 anos, começando em 1911.

Estas visitas remontam, no entanto, aos primeiros séculos do cristianismo, embora ainda sem o posterior carácter obrigatório, consagrado no pontificado de Pascoal II (1099-1118).

O Concílio de 743, presidido por São Zacarias, decretou que os bispos no Ocidente deviam ser consagrados pelo Papa; os que residissem perto de Roma deveriam visitar a Santa Sé anualmente e os que estavam longe deveriam escrever anualmente ao Papa.

A visita continua a ser precedida do envio de um relatório sobre o estado de cada diocese, que é lido pelos vários responsáveis da Cúria Romana.

“Nos 15 anos que passei em Roma tive a possibilidade de perceber o estado de muitas igrejas locais. Os problemas culturais da igreja na Europa; a vitalidade da América Latina; as dificuldades em África e na Ásia, é uma experiência que enriquece qualquer pessoa”, relata o padre João Chaves.

Esta entrevista vai estar em destaque na emissão do programa ECCLESIA na Antena 1 da rádio pública, este domingo, a partir das 06h00, dedicada à viagem dos bispos portugueses ao Vaticano.

IA/OC



Visita Ad Limina