Ajudar a salvaguardar os monumentos José António Falcão 14 de Outubro de 2003, às 18:28 ... As entidades locais debatem-se hoje com sérias dificuldades para garantir a salvaguarda dos seus monumentos e respectivos acervos, o que evidencia mais uma faceta do fenómeno de desertificação que se faz sentir na zona O Baixo Alentejo possui um vastÃssimo conjunto de bens culturais imóveis, integrados e móveis, de carácter religioso, que se encontram numa situação paradoxal: não obstante constituÃrem uma parcela extremamente relevante do património da região (totalizando cerca de 78% de todo o universo patrimonial registado), representam ainda uma verdadeira incógnita, sendo muito pouco acessÃveis aos visitantes, que em muitas localidades batem literalmente com o “nariz na porta†quando pretendem conhecer as suas igrejas históricas. Em muitos casos, esses bens culturais apresentam sérios riscos de degradação, por falta de cuidados de manutenção, mas também por furto ou vandalismo. As entidades locais debatem-se hoje com sérias dificuldades para garantir a salvaguarda dos seus monumentos e respectivos acervos, o que evidencia mais uma faceta do fenómeno de desertificação que se faz sentir na zona. Face a estes problemas, alguns de difÃcil resolução, a Diocese de Beja tem-se esforçado por levar a cabo um ciclo de iniciativas que pretende transformar gradualmente o património por ela tutelado de ónus em mais-valia, pondo-o ao serviço de um desenvolvimento regional sustentado. Para isto torna-se necessária a criação de todo um conjunto de infra-estruturas de visita, numa zona ainda muito carenciada sob este ponto de vista. A existência de itinerários e percursos de turismo cultural, religioso e ambiental, devidamente organizados e apoiados em informação cientÃfica rigorosa, significa um importante contributo neste domÃnio, a par do funcionamento de uma rede museológica (com pólos de pequena e média dimensão), da valorização de “nichos†temáticos e do desenvolvimento de actividades de extensão cultural (publicações, visitas guiadas, exposições, etc.). Mas a principal transformação deve residir numa nova perspectiva de entendimento do património como factor de coesão social, de promoção da identidade e de sobrevivência de um mundo rural ameaçado na sua sobrevivência. JOSÉ ANTÓNIO FALCÃO Arte Sacra Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...