Integração e acolhimento foram as palavras que mais sobressaíram em relação ao problema da imigração em Portugal, abordado no passado Sábado, na Amadora, num Seminário promovido pelo Rotary Club daquela cidade e que juntou diversas entidades, e associações.
“Tentar pôr as pessoas a conversar sobre os problemas” era o objectivo desta iniciativa, disse à Agência ECCLESIA, Sebastião Pires, presidente do Rotary Club da Amadora. Tendo como ponto de partida os imigrantes naquela cidade da região metropolitana de Lisboa, os rotários estão preocupados com a forma como os imigrantes estão integrados na Amadora e em todo o país, e como os seus filhos podem ou não ser nacionalizados”, frisou.
Filho de pais imigrantes no Zaire, Sebastião Lima manifesta o desejo de que o país se “preocupe mais com os imigrantes” e por isso faz questão de referir que “a integração é importante e não pode ser feita a titulo de assimilação, como era feita no tempo do colonial”.
Sebastião Lima salienta “o papel muito importante que a Igreja Católica tem tido nesta relação com os imigrantes e minorias étnicas” e, por isso mesmo, justificou o convite a ao director da Obra Católica Portuguesa da Imigração (OCPM).
Neste seminário o Pe. Rui Pedro reafirmou o empenho “em levar a sociedade e a opinião pública para uma visão mais positiva da imigração”. Em declarações à Agência ECCLESIA, o director da OCPM salientou a necessidade de não olhar para imigração “do ponto de vista da pobreza, mas de ver nisso uma oportunidade providencial, para uma nova sociedade que está a surgir, e para o encontro entre os povos e para própria missão de evangelização da Igreja”.
Igreja junto dos migrantes irregulares
Satisfeito com esta iniciativa, o representante da Igreja Católica disse que “cada vez mais o tema das migrações começa a ser abordado por algumas organizações e entidades que percebem que a imigração está a tornar-se um dado estrutural”, e por isso manifesta a necessidade em “realizar um trabalho de parceria e em rede, para que todos possamos dar a nossas respostas”, comentou .
Para este responsável “a imigração não pode ser entendida sem a emigração” e, neste momento em que há problemas com pessoas em situação irregular, do Brasil, Ucrânia e África, também se percebe que “a história da emigração portuguesa esteve e está marcada pela irregularidade”.
Por isso afirmou: “queremos dar o nosso contributo e reafirmamos o nosso compromisso de estar próximo dos irregulares. De ter esta opção preferencial pelos mais vulneráveis, quer estejam em Portugal quer sejam portugueses lá fora”, conclui.