Nacional

Ano Sacerdotal deixou marcas

Luís Filipe Santos
...

Secretário da Comissão Episcopal das Vocações regista interpelações de Bento XVI

No encerramento do Ano Sacerdotal, Bento XVI deixou “muitas interpelações profundas” aos padres e lembrou-lhes “aquilo que é a sua principal identidade, ao definir a sua acção não como um ofício, mas como um sacramento”, disse à Agência ECCLESIA o Pe. Jorge Madureira, secretário da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios.

O ano sacerdotal “deixou marcas” aos padres, mas “existem muitos conteúdos que estão a amadurecer”. Interpelações que “trazem desafios e provocações à formação inicial nos seminários” – confidenciou.

A Igreja viveu de Junho de 2009 a Junho de 2010, o Ano sacerdotal. Na celebração de encerramento, 11 de Junho, o Papa recordou aos presentes as “acções do pastor: a preocupação pelas pessoas que lhes estão confiadas”. Nessa preocupação deverá existir “uma acção de orientação, mas, em simultâneo, de solicitude por aquelas partes do rebanho que precisam de ser procuradas e reencontradas nas suas dispersões” – frisou o sacerdote da diocese do Porto.

Presente em Roma no encerramento do ano sacerdotal, o Pe. Jorge Madureira sublinha que o pastor “não deve apenas cuidar daqueles que estão dentro do redil, mas ir para além desse redil”.

A identidade do padre foi uma temática abordada no Simpósio do Clero, realizado em Setembro no ano transacto. A “renovação interior” do sacerdote é fundamental para “um compromisso mais incisivo na sua missão evangelizadora” – disse.

Tanto no encerramento como na visita a Portugal, Bento XVI dirigiu-se aos padres “com carinho, estima e gratidão”. “Faz-nos encontrar com a importância do nosso ministério e com a beleza dele” – referiu o Pe. Jorge Madureira.

A vida do Cura d´Ars (João Maria Vianney) é um exemplo para os padres. “Foi o modelo proposto para este ano, mas a vida dele produziu muitos frutos”. E acrescenta: “não podemos permanecer insensíveis a este exemplo de vida”.

Nascido nos finais do século XVIII (1786) e falecido na segunda metade do século XIX (1859) a época de João Maria Vianney é diferente da vivida actualmente. “A complexidade é diferente, tal como a situação que somos chamados a viver hoje” – salienta o padre da diocese do Porto. “A fidelidade ao sacerdócio e o grande amor pela igreja e pelas pessoas” são os exemplos a seguir “na actual circunstância e complexidade do nosso tempo”.

E conclui: “confio que toda essa riqueza e reflexão amadurecida vai sustentar um momento de viragem que era importante realizar”.



Ano Sacerdotal