Nacional

APFN em desacordo com estudo das Nações Unidas

Luís Filipe Santos
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O departamento de assuntos económicos e sociais das Nações Unidas divulgou um documento em que estima que, em 2300, a população de Portugal vai ficar reduzida a 8.302.000. Perante estes dados, a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) refere num comunicado que esta estimativa baseia-se “no cenário médio, na hipótese da taxa de fertilidade ser de duas crianças por mulher, podendo alterar-se com a variação desta”. E acentua: “para além de todos nós estarmos tão preocupados com o que vai acontecer em 2300 como os sobreviventes do terramoto de 1755 estavam com a população portuguesa no século XXI, este relatório confirma a enorme incompetência por parte dos «técnicos» da ONU que recebem o seu ordenado a fazer estudos sobre a população que são, permanentemente, hiper-inflacionados, como a realidade tem vindo a demonstrar”. De facto, onde é que foram “inventar um número médio de 2 crianças por mulher, num país que envelhece a olhos vistos por, desde 1982, ter um índice sintético de fecundidade inferior a esse valor e que, nos últimos 10 anos, varia entre 1.4 e 1.5?” – pergunta a APFN no referido documento. Para fundamentarem a sua opinião a APFN sublinha que bastava consultarem “o site do INE, nomeadamente o último estudo sobre previsão do envelhecimento populacional, para verificarem que esse número não vai ser atingido daqui a 300 anos, mas dentro de menos de 50!”. Por outro lado, e baseado nos mesmos erros, “estimam para 2010 o início do saldo natural negativo (maior número de caixões do que de berços), quando, na realidade, isso se vai dar dentro de 2 a 3 anos”. A APFN recomenda fortemente que a ONU analise a “competência dos técnicos que tem ao seu serviço”, porque documentos destes “só contribuem para o crescente descrédito dessa organização, verdadeiro sorvedouro de inúmeros recursos mundiais, que mais valia estarem ao serviço do bem-estar da população mundial.”


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