Aposta forte das Misericórdias Diário do Minho 02 de Junho de 2007, às 11:38 ... A partir de 1 de Julho, as Misericórdias portuguesas passarão a deter 72 por cento das camas da rede nacional de cuidados continuados A partir de 1 de Julho, as Misericórdias portuguesas passarão a deter 72 por cento das camas da rede nacional de cuidados continuados, anunciou ontem, em Braga, a coordenadora da Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados, Inês Guerreiro. A responsável, que falava num dos painéis do VIII Congresso Nacional das Misericórdias, que encerra hoje, na Universidade do Minho salientou a importância daquelas organizações sociais na concretização da rede pelo paÃs. À margem do congresso, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel de Lemos, disse ao Diário do Minho que o alargamento da rede nesta segunda fase que se avizinha, significará que as Misericórdias passarão a oferecer «mais de 900 camas» e que se somarão à s cerca de 800 que, actualmente, aquelas instituições têm a funcionar na rede. Até este alargamento, as Misericórdias significam, hoje, 69 por cento do total das camas que a rede nacional de cuidados continuados possui. No painel que discutiu o papel das Misericórdias no campo dos cuidados continuados, Inês Guerreiro salientou que, desde inÃcio, que o diálogo entre o Governo e os parceiros sociais – de onde se destacam em larga escala as Misericórdias, mas que também inclui IPSS e agentes privados – tem sido franco. «O jogo é limpo», garantiu a coordenadora da rede, acrescentando que a mesma inclui todos os nÃveis do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e interministerial (incluindo as tutelas da Saúde e da Segurança Social) mas, que, por esse facto, «resulta complexa». Inês Guerreiro indicou, contudo, que tal complexidade não é sinónimo de conflitualidade, mas antes indutora de dinamismo e de uma negação constante à inércia. Por outro lado, frisou a responsável, a implementação da rede tem de ser feita «por patamares e obedecendo a uma avaliação permanente». Projecto é do paÃs e não deste Governo A coordenadora da Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados sublinhou aos mais de 500 congressistas que, desde quinta-feira, estão reunidos em Braga, o projecto de criação e implementação da rede de cuidados continuados «não é um projecto deste Governo, mas antes um projecto do paÃs». Inês Guerreiro indicou a este respeito que foi nomeada para o cargo que ocupa por três anos, mas que o projecto está planeado para ser executado por dez anos. Aos muitos dirigentes das Misericórdias portuguesas que a ouviam, Inês Guerreiro sublinhou o facto da rede de cuidados continuados estar pensada «para dar resposta à s necessidades da população». «Não foi formada para servir os hospitais e receber deles os doentes que querem dispensar», frisou a responsável. Apostada em fazer da rede um instrumento que faça um plano individual de cuidados, a coordenadora indicou que tal só é possÃvel se a rede começar onde uma determinada pessoa é referenciada (centro de saúde ou hospital), passando pelas unidades de cuidados continuados até ao regresso a sua casa. «É este o modelo que queremos», salientou, acrescentando que tal obriga a «uma mudança no SNS». Por último, Inês Guerreiro lançou um aviso à s Misericórdias que «esta rede não é compatÃvel com permissividade nem negligência», mas que «a todos responsabiliza». Ainda antes da coordenadora ter tomado a palavra, Caldas de Almeida, representante da UMP no domÃnio da rede de cuidados continuados, tinha sublinhado que as Misericórdias têm, na sua relação com o Estado e em comparação com todos os outros parceiros sociais, «um potencial de credibilidade enorme» e que resulta da sua acção contÃnua ao longo de 500 anos. Por outro lado, o potencial é tanto maior para as Misericórdias, porque se tratam de instituições de implementação local (proximidade com as comunidades) mas de cobertura nacional (numa escala que mais nenhuma organização dispõe). União das Misericórdias Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...