Nacional

Apresentação da Carta Pastoral

Conferência Episcopal Portuguesa
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A Família, esperança da Igreja e do mundo

Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa A Família, esperança da Igreja e do mundo INFORMAÇÃO PARA A IMPRENSA 1. A Conferência Episcopal Portuguesa acaba de publicar, com data de 31 de Maio de 2004, uma Carta Pastoral, intitulada A Família, esperança da Igreja e do mundo. O texto agora divulgado, precisamente no ano em que se comemora o 10º aniversário do Ano Internacional da Família, surge na sequência do Congresso Nacional da Família, realizado em Lisboa em 10-12 de Outubro de 2002 no contexto da celebração do 20º aniversário da Exortação Apostólica de João Paulo II Familiaris consortio. O documento cumpre, também, a promessa feita pelos bispos portugueses na Carta Pastoral Responsabilidade solidária pelo bem comum de "propor uma reflexão aprofundada sobre a família e a sua missão na Igreja e na sociedade" (nº 30). 2. Trata-se de um texto longo, com sete capítulos e setenta e um números. Não é um documento para uma leitura rápida e superficial, mas para ser reflectido e aprofundado pelas comunidades cristãs e pelos agentes da pastoral familiar. Embora apresente, predominantemente, conteúdos doutrinais, o documento manifesta a preocupação dos bispos portugueses pela realidade concreta das famílias e pelos problemas que as afligem. Propõe, de forma serena e sem polémicas, o Evangelho do matrimónio e da família e sublinha a solicitude da Igreja pela realidade familiar. 3. O documento começa por apresentar a família como a "referência humana fundamental", o espaço onde o ser humano encontra a sua realização enquanto sujeito de relação, chamado à comunhão e ao amor (Cap. I). Traça, depois, o quadro das "luzes e sombras da família na sociedade contemporânea", apontando algumas das características da civilização actual que debilitam a realidade familiar e que impedem a família de corresponder à sua vocação essencial (Cap. II). Considera que a Igreja tem em conta toda essa multifacetada realidade em que as famílias se movem e que é chamada a anunciar, de forma concreta e sem discriminações, o Evangelho do amor e da vida; o ponto culminante dessa evangelização da família levada a cabo pela comunidade eclesial, é a revelação da dimensão sacramental do matrimónio, sinal do amor esponsal de Cristo pela sua Igreja (Cap. III). Define, depois, "a espiritualidade conjugal" como uma "espiritualidade de comunhão", alicerçada no encontro com Cristo, na partilha da fé, na oração, na resposta conjunta aos desafios de Deus, na comunhão familiar (Cap. IV). 4. Considerando que o matrimónio é um caminho de santidade, através do qual os casais cristãos realizam a vocação cristã iniciada no baptismo, o documento propõe um percurso de discernimento e de amadurecimento do projecto matrimonial, que vai desde a infância até ao momento do compromisso (Cap. V). Os pais, os educadores, a comunidade eclesial e a sociedade em geral são convidados a assumir as suas responsabilidades neste processo. 5. Após o seu compromisso matrimonial, o casal cristão tem o direito de esperar da comunidade eclesial a ajuda necessária para aprofundar o seu matrimónio e para enfrentar os problemas e dificuldades do caminho quotidiano. Nesse sentido, o documento aponta elementos concretos através dos quais a Igreja actuará junto da comunidade familiar (Cap. VI). Refere-se, especificamente, o contributo dos movimentos associativos de famílias, a acção pastoral dos bispos e dos presbíteros, a solicitude da Igreja pelas famílias em situação difícil (os divorciados recasados, as famílias monoparentais, as famílias com filhos portadores de deficiência), o apoio aos casais jovens. 6. Finalmente, o documento reflecte sobre "a presença e a acção das famílias cristãs na Igreja e no mundo" (Cap. VII). Nesse sentido, define o contributo que a família, "Igreja doméstica", pode oferecer à comunidade eclesial e à construção de uma sociedade mais fraterna, mais solidária, mais aberta ao amor e à vida. Considerando que o Estado, no conjunto das suas instituições, tem o dever de proteger e de apoiar a família, pois esta é o bem mais precioso da sociedade, o documento reconhece que a comunidade familiar tem o direito e o dever de exigir da sociedade política e juridicamente organizada, a defesa e a promoção da dignidade do matrimónio e da família e o respeito pelos seus direitos fundamentais. 7. Chamada a ser, no meio das realidades quotidianas, testemunha viva e concreta do amor, da misericórdia, da bondade e da ternura de Deus, a família desempenha um papel único como escola de comunhão e de sociabilidade, exemplo e estímulo para as relações comunitárias mais amplas, num clima de respeito, justiça, diálogo e amor. A nova civilização - a civilização do amor - passa por este testemunho. Nesse sentido, a família é, efectivamente, a "esperança da Igreja e do mundo". Lisboa, 02 de Junho de 2004 Secretariado Geral da Conferência Episcopal Portuguesa


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