“As condições da cultura de hoje possibilitam uma experiência espiritual mais rica do que no passado” – disse à Agência ECCLESIA Jorge Teixeira da Cunha, Director-Adjunto da Faculdade de Teologia – UCP Porto, a propósito das Jornadas de Teologia, realizadas de 1 a 3 de Março, naquela instituição e subordinadas ao tema “A busca do espiritual na cultura de hoje: interpretação e resposta da Teologia e da Igreja”. Os antepassados tiveram uma “experiência redutora da espiritualidade, enquanto dimensão da totalidade da vida”. Influenciados pelos “empiristas e racionalistas”, perderam o sentido global da espiritualidade – referiu.
Apesar de se acusar a sociedade contemporânea de ser demasiado materialista, Jorge Teixeira da Cunha salienta que hoje “há uma procura muito diversificada do espiritual que vai dos grupos de oração, encontros de recolhimento, de experiências mística e esotéricas”. Em relação ao materialismo – acentuou que - as pessoas “não são materialistas” a vida “é que se tornou tão exigente que a parte material absorve a lama da gente”. Uma posição que nos “obriga a reagir”.
Umas jornadas, tiveram a presença do Cardeal Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para as Causa dos Santos, onde o conferencista chamou a atenção “para a importância da santidade enquanto património comum da humanidade”. A santidade foi uma das “melhores coisas que a Igreja deu à cultura” porque estes “personagens fizeram avançar o mundo”. E cita Bergson: “os homens mais importantes da humanidade não foram os conquistadores mas os santos” – disse o Director-Adjunto da Faculdade de Teologia – UCP Porto.
Para além deste destaque proferido nesta iniciativa, Jorge Teixeira da Cunha sublinha também que existem actividades artísticas onde a espiritualidade é colocada em evidência. E exemplifica: “o cinema e a literatura têm imensos conteúdos de ordem espiritual e religiosa”. Aberturas para a realidade do “sentido espiritual”. Com a proliferação das “vivências subjectivas e alienantes deste espiritual”, os conferencistas elucidaram também os presentes que verdadeira espiritualidade é “uma janela aberta para uma experiência transcendente”. Ao contrário da subjectiva que leva as pessoas para “o egocentrismo” – finaliza.