Nacional

As grandes preocupações da LOC de Braga

Diário do Minho
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Plano de Acção centrado nas questões do desemprego , família, saúde e ambiente

Questões relacionadas com o desemprego, com a família e a escola, com a saúde e com o ambiente vão dominar o Plano de Acção da LOC/MTC da Diocese de Braga para o próximo ano. Segundo o coordenador diocesano da LOC, Américo Monteiro, o aumento do desemprego nomeadamente na população mais jovem, o constante encerramento de empresas e a existência de salários cada vez mais baixos continuam a ser as grandes preocupações do Movimento de Trabalhadores Cristãos. Américo Monteiro nota que as inscrições nos centros de emprego do distrito de Braga rondam já as 50 mil e que existem concelhos “que enfrentam problemas sérios”. Esta é, de resto, a principal preocupação dos grupos de base: “o aumento do desemprego na diocese e as repercussões que está a provocar nas famílias operárias que vivem ou viviam só dos seus salários”. O coordenador da LOC refere que outra das preocupações dos grupos de base prende-se com o facto de os filhos dos trabalhadores deixarem os estudos. «Os pais não os incentivam porque as despesas são mais altas e, em alguns casos, impossíveis de comportar», nota, adiantando que esta situação afecta sobretudo as famílias com menos poder económico. A questão da família e da escola deverá, por isso, integrar o plano de acção. Américo Monteiro salienta que o problema com a colocação dos professores tem efeitos negativos nas famílias operárias. «Estas situações desmotivam os pais a pôr os filhos a estudar». A problemática da saúde é outra das preocupações da LOC/MTC. «O conceito do utilizador-pagador deixa-nos muitas dúvidas e parece uma desculpa para desviar as pessoas para outros meios de assistência. Depois quem ficar nos serviços públicos vai ter menos condições porque haverá muito menos investimento». Alguns dos militantes do Movimento de Trabalhadores Católicos falam mesmo na necessidade de serem criados mais comissões de utentes nos centros de saúde. O plano deverá reflectir ainda sobre o ambiente. Américo Monteiro salienta que esta tem sido uma preocupação ao longo dos anos. Contudo, o coordenador diocesano da LOC/MTC afirma que o movimento não pode ficar indiferente ao facto das indústrias poluírem cada vez mais os rios. Apostar na formação Apesar de não ter capacidade para resolver o problema do desemprego, Américo Monteiro acredita que a LOC pode ter um papel determinante no que se refere à auto-estima dos trabalhadores. «Podemos fazê-los perceber que o tempo que estão no desemprego pode ser aproveitado para investir no conhecimento», afirma. Américo Monteiro adianta que a preocupação da LOC é fazer com que as pessoas aumentem a sua auto-estima «e pensarem que vale a pena, em todas as idades, esforçarem-se por saber mais». Uma das metas do Movimento de Trabalhadores Cristão passa por criar um espaço onde os filhos dos trabalhadores, militantes e outros, possam ter acesso às novas tecnologias e a apoio escolar, nomeadamente explicadores. Américo Monteiro adianta que existem algumas dificuldades em termos de espaço físico, até porque a LOC/MTC deverá deixar, ainda este ano, as instalações do Secretariado Diocesano da Acção Católica, na Rua do Alcaide, e passar para o Seminário Menor, na Rua de S. Domingos. Novo coordenador eleito a 24 de Outubro A Assembleia Diocesana do próximo dia 24 de Outubro vai discutir e aprovar o Plano de Acção para 2005 e eleger o novo coordenador e vice-coordenador. Américo Monteiro queria ter deixado a coordenação da LOC no ano passado, «mas aceitei fazer mais um ano». O ainda coordenador refere que para quem trabalha oito horas por dia e tem a seu cargo um movimento como este, acaba por sentir algum desgaste. Mesmo de saída, Américo Monteiro garante que continuará a «dar muita coisa à LOC». Os militantes da LOC/MTC deverão então eleger os novos coordenador e vice-coordenador que têm de ser, obrigatoriamente, um homem e uma mulher. Fátima Almeida, actual vice-coordenadora, e Rui Gomes deverão ser os próximos responsáveis da LOC, sendo que os militantes vão escolher qual deles será coordenador e vice-coordenador.


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