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Aulas sobre os acontecimentos de Fátima

LeopolDina Reis Simões
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Continuam a decorrer a bom ritmo, até ao final de Março, as aulas de formação organizadas pelo Santuário de Fátima no contexto do programa dos 90 anos das Aparições. Colabora com o Santuário nesta iniciativa a Paróquia de Fátima, que cede as instalações paroquiais onde têm decorrido as aulas de formação, às quintas-feiras, das 21h00 às 23h00. As aulas são leccionadas pelo Padre Luciano Cristino, capelão do Santuário e director do Serviço de Estudos e Difusão (SESDI) do Santuário desde Julho 1974. Em cada aula, fazendo o percurso através de documentos, sejam interrogatórios, testemunhos, cartas, depoimentos, por vezes fotos, e também artigos da imprensa da época, o P. Luciano Cristino tem vindo a apresentar os factos e as opiniões, as curiosidades, e também as controvérsias, dos momentos e dos lugares relacionados com as aparições de Nossa Senhora em Fátima, em 1917. “Resolvi restringir-me à documentação editada nos sete tomos (da Documentação Crítica de Fátima) já publicados, que abrangem o período que vai desde 1917 a 1924, e o Processo Canónico Diocesano, que decorreu de 1922 a 1930. Mesmo assim, resolvi narrar apenas os factos ocorridos desde 13 de Maio a 13 de Outubro de 1917, baseando-me nos documentos que foram produzidos naqueles anos de 1917 a 8 Julho de 1924, data em que a Lúcia foi interrogada pelos membros da Comissão Canónica”, explica o P. Luciano Cristino. Nestas aulas têm também sido recordados alguns dos primeiros intervenientes e testemunhas quer das aparições quer dos tempos que se lhe seguiram, o que tem captado a atenção de alguns dos participantes, sobretudo os naturais da Freguesia de Fátima, alguns deles familiares dos videntes ou de pessoas que se relacionaram com os videntes. Tal como anunciado, o director do SESDI lançou, durante as primeiras aulas, em Janeiro, um apelo à recolha de relatos orais e porventura escritos, da época das aparições, principalmente do dia 13 de Outubro de 1917, para arquivo e estudo futuro. O mesmo apelo foi recentemente lançado aos funcionários do Santuário, grande parte de Fátima ou das localidades vizinhas, no boletim informativo interno da instituição (“Servidores de Nossa Senhora”): “Quase todas as 50 a 70 mil pessoas que estiveram presentes já faleceram. Mas ainda vivem algumas que têm actualmente mais de 90 anos. E há muitíssimas pessoas que as ouviram ou têm conhecimento de quem esteve presente (parentes ou conhecidos). Por isso, fazemos um apelo. Juntamos um «Inquérito às testemunhas do milagre do sol ou às pessoas a quem elas contaram», com 22 questões. Se não for possível a todas elas, responder, ao menos, às que se souberem, assinalando os respectivos números”, escreve o P. Luciano Cristino, na edição de Fevereiro. Na última aula, a 22 de Fevereiro, uma das participantes na acção de formação, a residir na Anadia, revelava a sua satisfação pessoal por se ter inscrito no curso. “Fátima é para mim muito importante”, afirmava Maria José Sampaio, antiga directora do Museu Machado Castro, de Coimbra, que acrescentou “Tenho a Documentação Crítica mas gosto de ouvir o Dr. Cristino a explicar, aprende-se sempre algo mais”. “Sou servita (da associação Servitas de Nossa Senhora), fiz a promessa em 1974, e as minhas duas tias já eram servitas, uma delas foi das primeiras. É sempre bom sabermos mais”, concluiu.


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