Para além dos sem-abrigo, Comunidade Vida e Paz regista aumento de pobreza e pedidos de ajuda de pessoas com habitação
A Comunidade Vida e Paz distribuiu 4700 refeições no passado fim-de-semana, durante a 20ª Ceia de Natal dos sem abrigo.
Elizabete Cardoso, da Comunidade Vida e Paz, confirma à Agência ECCLESIA que “mais pessoas que ficaram para jantar. Em anos anteriores muitas pessoas participavam no lanche e frequentavam o cabeleireiro, mas não ficavam para jantar”.
O dia com maior participação foi o Domingo. “No último dia registamos cerca de 1071 presenças, quer participações oficiais como de convidados sem abrigo”, adianta Elizabete Cardoso.
Três dias de uma cadeia de solidariedade que contou com 1100 voluntários.
Uma das valências mais solicitadas foi a distribuição de roupa. “Percebemos que este ano houve pessoas que participaram na festa exclusivamente devido à roupa. Tudo o que não seja comida está excluído do orçamento”.
Elizabete Cardoso explica que a Comunidade Vida e Paz não fecha as portas a ninguém. “Muitas pessoas idosos foram buscar cobertas, muitos desempregados que foram buscar roupa para os filhos para dar como prenda de Natal”.
Foram muitos os quadros familiares carenciados diagnosticados. “Muitas pessoas que têm onde dormir, não são sem abrigo, mas não têm condições sociais de sobrevivência”. No activo esteve o «Espaço Aberto ao Diálogo». Elizabete Cardoso dá conta que psicólogos e assistentes sociais estiveram a trabalhar tal como o fazem durante o ano na sede da Comunidade Vida e Paz. “Este ano houve um aumento na procura deste espaço”. Ao longo do fim-de-semana foram diagnosticados casos encaminhados para esta IPSS e a acompanhar durante o ano.
Também durante a Ceia de Natal, incluídos nos voluntários de t-shirt branca, estiveram pessoas que passaram pelo programa de recuperação, a falar com os convidados da Ceia “falando do seu caso, dando o seu testemunho e explicando todo o processo proposto pela Comunidade Vida e Paz”.
Finda a Ceia de Natal as equipas das rondas voltam ao seu trabalho normal. Esta noite as três rondas saem à rua para distribuir alimentos, agasalhos e palavras amigas. Um trabalho que não é interrompido nem na noite de Natal.
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