Banco Alimentar criado no Algarve para assistir 30 mil Samuel Mendonça 09 de Maio de 2007, às 13:25 ... O Banco Alimentar Contra a Fome do Algarve (BACFA), o 12º a ser criado a nÃvel nacional, iniciou actividade na passada sexta-feira com a inauguração da sua sede, em Faro, em instalações cedidas para o efeito pela Câmara Municipal local. Na ocasião, Adriano Pimpão, presidente do BACFA, admitiu que os pobres na região algarvia possam ascender aos 30 mil, embora o número careça de confirmação no terreno. Aquele responsável considerou mesmo que "no nosso PaÃs temos mais pessoas abaixo do limiar da pobreza do que pensamos ter" e adiantou que, nesta primeira fase, o BACFA, "por razões logÃsticas e de organização, e para salvaguardar o mÃnimo de eficácia", incide a sua acção entre Tavira e Lagos. Esta foi, por isso, a área onde, no passado fim-de-semana, decorreu a campanha de angariação de bens alimentares. Numa segunda fase, que poderá coincidir com a próxima recolha agendada já para o final de Novembro deste ano, no inÃcio da quadra natalÃcia, a acção do BACFA poderá então ser estendida aos 16 concelhos do Algarve. Para já, o BACFA procurará criar uma rede social, estabelecendo protocolos com 25 entidades e Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), entre as quais a Caritas Diocesana do Algarve e as paróquias da cidade de Faro. Essa rede deverá no futuro ser alargada a outros concelhos com voluntários e unidades comerciais que estejam disponÃveis para uma parceria activa com esta iniciativa. Adriano Pimpão explicou que "as instituições são escolhidas de acordo com determinados critérios", sobretudo com "a informação prestada pela Segurança Social", mas também "com aquilo que são as suas iniciativas e a sua credibilidade". Caberá, então, a essas entidades, parceiras da rede social, a distribuição dos bens alimentares pelos carenciados com quem já trabalham. O presidente do BACFA considerou ainda que o problema da fome "no mundo e em Portugal, não é de falta de recursos alimentares, mas de uma polÃtica de redistribuição". Adriano Pimpão congratulou-se ainda com o apoio da Câmara de Faro. "Numa altura em corremos o risco, na sociedade portuguesa, de aumentar também o chamado autismo social, é bom que o exemplo venha de cima. Neste caso da Câmara Municipal, considerando como uma das suas prioridades a solidariedade social, não como um objectivo polÃtico, mas como uma prática que se faz em parceria com várias instituições, com a sociedade civil e com o cidadão anónimo", disse. José Apolinário, presidente da Câmara de Faro, reconheceu que as IPSS, as paróquias e a Caritas do Algarve "são, no concelho de Faro, as entidades que sabem quem são as pessoas que têm carências alimentares". "Ninguém vem bater à porta e há muita dificuldade escondida", lembrou, salientando que, "por vezes, são pessoas idosas que vivem sozinhas e que têm reformas baixas". O autarca advertiu ainda que "há neste momento um fenómeno que tem a ver com a desestruturação familiar". "Desemprego de um ou outro elemento do agregado familiar que cria problemas especÃficos em relação à s crianças e é perante essa situação, que tem a ver com a natureza urbana, que é preciso responder", frisou. "Aproveitar onde sobra para distribuir onde falta" é a filosofia subjacente aos Bancos Alimentares, evitando o desperdÃcio de alimentos e fazendo-os chegar à s pessoas carenciadas. A organização recebe ao longo de todo o ano todo o tipo de géneros alimentares, recolhidos localmente e a nÃvel nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar. 78,5 toneladas de alimentos recolhidos no passado fim-de-semana no Algarve Os cerca de 1000 voluntários do Banco Alimentar Contra a Fome do Algarve (BACFA) recolheram no passado fim-de-semana 78 toneladas e meia de alimentos naquela que foi a primeira campanha daquela entidade realizada em várias unidades comerciais da região. O Algarve foi assim a quinta região do PaÃs a conseguir recolher a maior quantidade de alimentos, logo a seguir a Lisboa, Porto, Setúbal e Aveiro, o que representa 7 por cento das 1322 toneladas de alimentos recolhidas a nÃvel nacional. Só no concelho de Faro foram recolhidas cerca de 18,4 toneladas de alimentos. Em relação à campanha realizada em Maio do ano passado, o total nacional representa um aumento de 13,8 por cento. O espÃrito de solidariedade demonstrado pelos algarvios levou mesmo o presidente do BACFA, Adriano Pimpão, em declarações à FOLHA DO DOMINGO, a considerar que “não há individualismo no Algarve, ao contrário do que por vezes injustamente se dizâ€. Refira-se que todos os alimentos frescos e perecÃveis oferecidos durante a campanha foram logo na segunda-feira distribuÃdos por cinco instituições de solidariedade do municÃpio de Faro, nomeadamente as Irmãs de Calcutá, Casa dos Rapazes, Movimento de Apoio à Problemática da Sida (MAPS), Fundação António Silva Leal e Grupo Sócio Caritativo da Conceição de Faro. Mais de 210 mil pessoas receberam ajuda em 2006 De acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, ao longo de 2006 foram apoiadas com produtos 1380 instituições, que concederam ajuda alimentar a mais de 210 mil pessoas comprovadamente carenciadas. No ano passado os dez Bancos Alimentares Contra a Fome distribuÃram um total de 18.014 toneladas de alimentos (equivalentes a um valor global estimado superior a 24,3 milhões de euros), ou seja, um movimento médio de 72 toneladas por dia útil. Estes valores resultam da solidariedade e generosidade dos particulares, patenteadas nas duas campanhas anuais de recolha de alimentos, e de uma acção continuada de aproveitamento dos excedentes produzidos pela cadeia de produção e comercialização de produtos agro-alimentares, que de outro modo teriam sido objecto de destruição. As carências alimentares com que se debatem muitos portugueses são um fenómeno tÃpico das grandes aglomerações urbanas e têm tendência a agravar-se em perÃodos de abrandamento da actividade económica. Caritas Diocesana considera apoio do Banco Alimentar Contra a Fome “muito importante†O presidente da Caritas Diocesana do Algarve considera a abertura do Banco Alimentar Contra a Fome do Algarve (BACFA) um apoio muito importante para instituição da diocese. “Permite-nos adquirir um conjunto de alimentos – os frescos e perecÃveis – que nós de outra forma não o poderÃamos fazerâ€, referiu Carlos Oliveira. Aquele responsável esclarece ainda que os alimentos canalizados pelo BACFA não serão para redistribuir à s paróquias. “As paróquias, tal como a Caritas, terão de se inscrever no BACFAâ€, explica. Solidariedade Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...