Nacional

Beja: Bispo elogia António Guterres por admitir culpa na crise em Portugal

Agência Ecclesia
...

«Igreja tem de continuar a levantar a voz, dando voz a quem não a tem ou não é ouvido», frisa D. António Vitalino

Beja, 12 dez 2012 (Ecclesia) – O bispo de Beja elogiou o antigo primeiro-ministro António Guterres por ter admitido que foi parcialmente responsável pela crise económica em Portugal, país onde os “políticos, quer sejam do governo quer da oposição, nunca admitem falhas”.

Na nota semanal publicada no site da diocese, D. António Vitalino saudou a “honrosa exceção” e a “sinceridade” do então secretário-geral do Partido Socialista, tendo feito votos “para que outros lhe sigam o exemplo”.

“Embora a política não seja uma ciência exata, no entanto muito se aprende com os erros do passado. Assim, podemos preparar um futuro melhor para os nossos descendentes, arrepiando de alguns caminhos e descobrindo outros, mais justos e direitos, com lugar para todos, sem marginalizar ninguém”, salienta.

Depois de recordar que nos últimos dias a União Europeia recebeu o Prémio Nobel da Paz e a Cáritas Portuguesa foi distinguida com o Prémio dos Direitos Humanos atribuído pela Assembleia da República, D. António Vitalino sublinha que ainda há muito por fazer nestes âmbitos.

“Continua a haver muitos atropelos aos direitos fundamentais da pessoa humana, mesmo na Europa considerada uma das partes do mundo mais desenvolvida. O sol ainda não brilha para todos. E, sem desenvolvimento justo, não se manterá a paz”, acentua.

O prelado vinca que “a Igreja tem de continuar a levantar a voz, dando voz a quem não a tem ou não é ouvido e por isso é atropelado na sua dignidade”, testemunhando a “justiça”, “verdade”, “libertação”, “amor” e “paz”.

D. António Vitalino frisa que pertence aos católicos “a missão de viver e passar” esse testemunho, “até que Deus seja tudo em todos e ninguém seja espezinhado nos seus direitos e na sua dignidade de filho de Deus”.

Os fiéis têm de se converter e “pôr Deus, manifestado na criança de Belém como Jesus Salvador”, no centro do “coração”, aponta o bispo de Beja, referindo-se ao Natal.

“Com esta atitude e um novo olhar veremos e acolheremos todos os indefesos e deixaremos reinar a criança que existe em cada um de nós”, conclui.

RJM



Diocese de Beja Igreja/Política