Frei Manuel do Cenáculo (1724-1814) “construtor de Bibliotecas” está a ser homenageado pela Biblioteca Nacional numa exposição, “Casa dos Livros de Beja”, que reúne 74 obras das muitas que foram doadas pelo eclesiástico à Real Biblioteca Pública da Corte. A iniciativa decorre até 14 de Maio, inserindo-se nas celebrações do 210º aniversário da Biblioteca Nacional.
D. Manuel do Cenáculo Vilas-Boas desempenhou um papel determinante para a criação de bibliotecas públicas e particulares, nomeadamente as Bibliotecas Públicas de Beja e de Évora, a Biblioteca Nacional de Lisboa e a Biblioteca da Academia das Ciências.
Um das personagens fundamentais no nascimento dos acervos Museológicos em Portugal, Frei Manuel Cenáculo instituiu as "Escolas Públicas", abertas a religiosos e seculares, e Museus ou "Gabinetes" que recolhiam lápides, moedas, medalhas, vasta pinacoteca e exemplares de história natural, vindo a doar todas as colecções. A sua acção foi uma etapa decisiva na valorização do património do País, acompanhando o que de moderno se processava na Europa "iluminada".
Frei Manuel do Cenáculo foi Superior Provincial da Ordem Terceira de São Francisco, presidente da Real Mesa Censória, Bispo de Beja, Arcebispo de Évora e, no conjunto da sua actividade, figura de relevo do iluminismo em Portugal.
Para D. Manuel do Cenáculo, a Cultura representou uma parte central da sua missão, o que o levou a redigir várias obras de cariz religioso e cientifico, e à fundação de Núcleos Museológicos e Bibliotecas. Fomentou o estudo das Ciências Auxiliares da História e cultivou a Arqueologia.
