O bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, criticou ontem a intervenção militar no Iraque, considerando que o direito de "legítima defesa" resultou num ataque ao "terrorista errado" e pediu um "exame de consciência" civilizacional.
Durante a homilia da Missa Crismal, D. Januário disse que "a verdade foi ofendida nos inícios deste processo de legítima defesa, com dedo estendido para o terrorista errado".
Referindo-se concretamente ao secretário de Estado norte- americano, Colin Powell que considerou um "militar brilhante", o bispo lembrou que este se viu "obrigado a confessar as suas dúvidas" e a declarar que foi enganado.
Depois deste reconhecimento, diz o prelado, e enquanto permanecer a dúvida, "o terrorismo irá agravar-se".
Antes de partir para Timor-Leste, para passar a Páscoa com os militares portugueses, o bispo das Forças Armadas e de Segurança referira à Agência ECCLESIA que o início deste processo – sensivelmente há um ano – “devia ser totalmente diferente” porque “houve equívoco e mentira”.
Saddam Hussein “foi um déspota” mas “não tem nada a ver com o terrorismo internacional” – disse D. Januário Torgal Ferreira.
A homilia• Não converter o mundo num lugar de horror