D. António Marcelino, Bispo de Aveiro, afirma que a campanha eleitoral tem demonstrado que muitos políticos “parecem não ter entendido ainda que governar ou querer governar é, sempre e só, querer servir dedicadamente a comunidade”.
“O clima que se vive, não apenas por altura das eleições, mas no dia a dia, não é, frequentemente, um estímulo à sã convivência e ao assumir dos deveres normais. Há agressividades, insinuações e afirmações para esquecer”, escreve o prelado na sua crónica semanal no “Correio do Vouga”.
Considerando que “há vocacionados a mais para donos e senhores da pátria e do povo”, D. António Marcelino refere que “É legítimo esperar de quem detém ou pretende deter o poder, que faça das suas intervenções públicas um contributo à educação, à verdade, à razão, à justiça, à objectividade, ao respeito mútuo, à ordem e à reconciliação das pessoas e dos grupos, para que o possa ser à construção do bem comum e do desenvolvimento e progresso do país”.
“Os poderes públicos têm por obrigação serem os primeiros a respeitar, promover e defender os direitos fundamentais e inalienáveis de cada pessoa ou de cada cidadão, para que estes se sintam alertados, a cada momento, para o cumprimento do seus deveres e para a qualificação do seus comportamentos”, acrescenta.
Relativamente às eleições legislativas do próximo dia 20 de Fevereiro, o Bispo de Aveiro e vice-presidente da Conferência Episcopal assegura que “a linguagem das promessas em que tudo se dá sem nada se possuir, se apaga o que vem detrás sem se apreciar com objectividade, é uma pobreza e uma falta de seriedade que pressagia tempos menos auspiciosos.
“Os governantes e os pretendentes ao poder devem saber é que não são donos nem da pátria, nem do povo, para lhes falarem de um pedestal, lhes dizerem só o que a si mesmos convém, deles disporem a seu belo prazer, denegrindo os adversários, considerados como inimigos”, conclui.