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Bispo de Viana apela ao progresso nas virtudes

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Imposição das Cinzas na Sé Catedral

«O tempo quaresmal deve corresponder a um período em que os cristãos, por um lado, [se esforçam] mais cuidadosamente em progredir nas virtudes nobres do espírito e, por outro, [colocam] renovado vigor na luta contra os pequenos ou grandes egoísmos que os afastam do caminho que conduz à contemplação de Cristo e à entrada no seu Reino, à recta celebração da Páscoa». A indicação da “rota†foi feita aos fiéis da Diocese de Viana do Castelo ontem na Sé Catedral pelo Bispo Diocesano, durante ao rito litúrgico da bênção imposição das cinzas, que é «o sinal visível do início da Quaresma». Estes quarenta dias de reflexão que decorrem até à Páscoa têm uma dimensão e uma dimensão baptismal» que devem ser vivos sob o lema da passagem evangélica da pregação de Jesus “Quem acolhe em meu nome uma criança como esta, acolhe-Me a Mimâ€. Esta proposta do Papa aponta o «modelo daqueles que querem ser discípulos» ao mesmo tempo que é «uma condição para entrar no Reino». Daí que o Bispo de Viana tenha lançado um apelo «às famílias, aos educadores, à sociedade civil e à Igreja» para que «tudo façam» para que as crianças não «sofram qualquer espécie de violência» e possam crescer «alegres e felizes» até à maturidade. A Quaresma, salientou o Bispo Diocesano, «constitui um apelo à generosidade e à conversão» que se pode manifestar na «oração mais frequente e prolongada», na «escuta ou leitura da palavra de Deus», na «prática mais consciente das virtudes cristãs, quer humanas, como a bondade, honradez, justiça, solidariedade, quer as sobrenaturais em que sobressaem o amor fraterno, o sentido de perdão, a ajuda aos mais carenciados». Por seu lado, a conversão conduz ao arrependimento e à renovação do que está mal na vida e à purificação dos pecados no sacramento da Reconciliação. A prática do jejum e da abstinência, «praticados na moderação da quantidade e qualidade dos alimentos», enquadram-se num «espírito de renuncia ao facilitismo» e numa certa ascese penitencial. D. José Pedreira exortou, ainda, os fiéis a «praticar a partilha fraterna, prática conhecida entre nós como “renúncia quaresmalâ€Â» que significa «a prática de acções em favor dos outros», privando-se não só do supérfluo mas de algo mais. O fruto desta renuncia quaresmal de Viana do Castelo, tal como o Diário do Minho já havia adiantado, destina-se a ajudar a combater as carências das crianças de S. Tomé e Príncipe nomeadamente na área da saúde e combate às epidemias, uma parte, e o resto reverterá para a edificação da Casa Sacerdotal. «A Quaresma é momento propício para experiência de autodomínio, opções corajosas de altruísmo, acções de generosidade em favor dos outros», contudo, alertou o Prelado Vianense, esta atitude de «arrependimento e conversão deve ser, em primeiro lugar, interior, sem hipocrisia, no silêncio da nossa consciência» porque a «Deus ninguém consegue enganar».


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