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Bispo de Viana convida a fazer da Quaresma uma peregrinação interior

Paulo Gomes
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O Bispo de Viana do Castelo, durante a celebração que marca o início da Quaresma, convidou os cristão a fazerem deste tempo uma «peregrinação interior até Jesus Cristo» que é a fonte da misericórdia e o «caminho de alento da esperança cristã». A celebrar na Sé Catedral, em “Quarta-feira de Cinzas”, D. José Pedreira recordou que se trata de um «sinal de humildade» perante a comunidade, reconhecendo os «males individuais e sociais» causados pelos «próprios pecados», porque o pecado individual molesta «também os outros e a comunidade». Por isso, recomendou, no início deste tempo penitencial e de renovação, que a penitência «não seja somente interna e individual, mas também externa e social». O pecado, recordou o Prelado, é «escravatura do homem e da sociedade», como se pode constatar ao olhar para os excluídos do «louvável surto de desenvolvimento moderno». Neste quadro recordou as pessoas, comunidades ou mesmo países inteiros que são vítimas de carências materiais, sociais e espirituais, sofrem a violência da privação dos direitos fundamentais. Neste tempo de mutações sociais profundas, a nossa atenção, advertiu o Bispo Diocesano, deve atar voltada para as «carências materiais» dos que são privados do mínimo vital e para as «carências morais» dos que são «mutilados pelo egoísmo de muitos, pelas estruturas opressivas de poderes políticos e económicos». Para avançar nesta caminhada é necessário que cada lute contra o pecado, abrindo-se à misericórdia de Deus. Esta mudança pessoal encontra terreno favorável neste tempo da Quaresma que predispõe à «prática mais frequente da oração», de formas de penitência como o «jejum, prática de refeições moderadas, a abstinência, adoptando refeições simples» e da «caridade cristã através da ajuda material». «Os cristão consideraram sempre o jejum como uma maneira de fortalecer a oração, predisposição e caminho para receber o Espírito Santo, e uma maneira de pôr em prática a disposição efectiva de ajudar dos pobres, poupando no que nos é supérfluo», explicou. Neste tempo pós-sinodal que a Igreja de Viana do Castelo está a viver, a «Quaresma deve assumir características específicas» relacionadas com as “proposições” emanadas desse acontecimento eclesial. Segundo D. José Pedreira deve ser um tempo para aprofundar a «cultura religiosa» através de uma «cuidada reflexão sobre as verdades da fé» o que obriga a «maior contacto com a Bíblia». Deve servir, ainda, para «esclarecer o sentido e significado dos símbolos e ritos litúrgicos», nomeadamente os penitenciais, através de uma «prática activa e consciente dos sacramentos, particularmente a Eucaristia e a Reconciliação».Por último, disse, deve ser um tempo para «crescer na vivência da comunhão eclesial». «Temos motivos - concluiu o Prelado – para que seja para nós o tempo oportuno para crescer na graça do Senhor».


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