Nacional

Bispo de Viana pede atenção aos mais idosos

Notícias de Viana
...

«A assistência aos idosos, sobretudo os sem família, os economicamente carenciados, os que vivem na solidão, os doentes ou acamados, deve ser uma preocupação permanente de todas e cada uma das nossas comunidades cristãs». Esta exortação ou programa para as comunidades cristãs do Alto Minho foi deixada ontem à tarde, na Sé Catedral, pelo Bispo de Viana do Castelo durante a Missa da Quarta-feira de Cinzas, que assinala o início da Quaresma. Lançando mão da mensagem oferecida à Igreja por João Paulo II para os próximos quarenta dias, D. José Augusto Pedreira disse esperar que este tempo «seja um momento oportuno para uma reflexão e tomada de atitudes positivas em favor dos idosos, da chamada terceira idade». Mas esta atenção particular aos de maior longevidade não se pode limitar «apenas aos aspectos espirituais de levar até eles a palavra de Deus e o conforto dos sacramentos», advertiu o Bispo de Viana, incentivando ao investimento nas «carências materiais» e nas «relações sociais». Os idosos são portadores de mais-valias que a sociedade deve aproveitar, disse o prelado, sublinhando que «há uma sabedoria acumulada pelas experiências da vida que não deve ser malbaratada pelas gerações mais jovens nem pelos mais altos responsáveis pela organização da sociedade», apenas porque «já não conseguem desempenhar tarefas com a mesma destreza dos mais novos». O envelhecimento com as suas inevitáveis limitações — prosseguiu —, se «for compreendido e aceite com serenidade, iluminado pela fé, pode tornar-se caminho para compreender melhor o mistério da cruz que acompanha toda a nossa vida». A partir desta celebração, «temos no horizonte um grande acontecimento a preparar, a celebração da Páscoa da Ressurreição. E vamos fazê-lo através da oração mais frequente, do arrependimento e confissão dos nossos pecados, da escuta mais assídua da palavra de Deus e da prática mais generosa da mortificação e da caridade ou ajuda fraterna», exortou D. José Pedreira. Neste contexto insere-se a prática da «renúncia ou contributo penitencial» e tem longa tradição na Igreja a prática do jejum e da abstenção de refeições requintadas durante o tempo quaresmal, optando por outras mais simples e modestas, evitando a carne ou outros alimentos de eleição. «Essa prática, além de fortalecer a nossa vontade pessoal pelo exercício do autodomínio, fazendo do “sim” e do “não” uma decisão consciente e não meramente comandada pelo instinto, permite-nos ser mais generosos no auxílio aos mais carenciados, destinando-lhes aquilo que economizámos», concluiu. Paulo Gomes


Diocese de Viana