Nacional

Bispo de Viana pede um «testemunho vivo»

Paulo Gomes
...

Apelo na Assembleia Diocesana de Catequistas

O ensino da catequese vive do «testemunho vivo, do compromisso frequente em nos aproximarmos do mistério do sacramento da Eucaristia, princípio e instrumento de conversão», sublinhou D. José Pedreira durante a homilia da celebração do Encontro Diocesano de Catequistas de Viana do Castelo, que teve lugar ontem na Correlhã, no arciprestado de Ponte de Lima. Exortando as centenas de pessoas que se dedicam a esta tarefa eclesial a fazerem da Eucaristia o «grande laboratório da vida cristã », o Bispo de Viana pediu-lhes, igualmente, que tenham sempre presente, nas respectivas catequeses, que Jesus Cristo é o centro do «anúncio, do ensino de toda a autêntica catequese», até porque «verdadeiramente quem ensina é Jesus Cristo ». Nesta linha os catequistas são «porta-vozes» que permitem Cristo ensinar pela nossa boca. «Não nos pregamos a nós próprios, nem pregamos as nossas opiniões», advertiu o prelado. O catequista, referiu D. José Pedreira, deve ter a constante preocupação, seja qual for o nível da sua responsabilidade na Igreja, de fazer passar, através do seu ensino e do seu modo de comportamento, «a doutrina e a vida de Jesus Cristo». No decurso da homilia, o prelado convidou os catequistas a revisitarem o actuar de Jesus Cristo que pregou pelo que ensinou e fez, pela forma de vida, pelas acções, pela forma como passou no meio de nós. D. José Pedreira espera que os catequistas da diocese robusteçam a solidez da fé pessoal, possam dar «novo vigor às iniciativas que estão a ser postas em prática» e contribuam para «difundir nas comunidades cristãs [de pertença] a alegria de levar ao mundo o mistério de Cristo». Tomando o tema da XXI Assembleia Diocesana de Catequistas — A Eucaristia na vida: “fica connosco Senhor” —, o Bispo de Viana frisou que é na celebração da comunidade que se encontra a abundância da Palavra de Deus e o pão da vida que alimenta a vida presente e projecta a futura. «Nas leituras bíblicas, e singularmente na homilia, o cristão escuta a palavra de Deus que gera a fé e nos encaminha para os sacramentos ». Na mesa da eucarística, prosseguiu, «somos convidados a sentarmo-nos à mesa com o Senhor, na sua companhia». O mesmo Cristo que dirige o convite, que preside à celebração e se dá em alimento, confia a missão a cada discípulo, e ao catequista em particular, de «levar o testemunho aos que lá não estão, a edificar um mundo novo, uma sociedade melhor, alicerçada no amor e na ajuda fraterna, na correcção das injustiças sociais, na promoção da paz, na presença amiga e actuante junto dos mais carenciados, dos excluídos da sociedade». O prelado não deixou de recordar aos participantes que, para participar no sacramento que é «fonte e cume de toda a vida da Igreja», exige-se estar «na graça de Deus», incentivando todos a «manter uma vigilância constante de conversão, de fuga ao pecado» e a recorrer ao sacramento da Reconciliação ou Confissão. A manhã deste «grande » encontro dos ministros da catequese paroquial, que terminou com um convívio entre os participantes, foi aproveitada para se reflectir, com a ajuda do salesiano Rui Alberto, sobre o que deve ser a Eucaristia para aquelas mulheres e homens de fé e transmissores dessa mesma fé. O padre Rui Alberto fez uma viagem pelos diversos momentos que integram a celebração, desde a forma como entramos para a missa até ao seu final, que se prolonga na vida quotidiana de cada celebrante. Entre apelos à alegria pessoal e a uma atitude empenhada de cada um na celebração, aquele sacerdote pediu aos presentes que não entrem na missa com o coração «cheio de si», mas numa atitude de coração desempoeirado e aberto à novidade. Participar na celebração e comungar Cristo obriga à disponibilidade para ser partido e repartido, numa atitude de oferta da própria vida em prol dos outros, explicou.


Diocese de Viana