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Bispo do Funchal diz que santidade conduz a uma vida nova

Jornal da Madeira
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O Bispo do Funchal, António Carrilho, presidiu este Domingo a uma concelebração eucarística no cemitério de São Martinho, da capital madeirense.

A solenidade de todos os santos, 1 de Novembro, foi assim motivo de especial reflexão para os crentes de todas as idades que participaram na cerimónia e a quem o prelado dirigiu palavras oportunas, em particular sobre a tradição de se enfeitarem os cemitérios nesta altura, em lembrança pelo “fiéis defuntos” que a Igreja também hoje comemora.

“É sem dúvida uma bela tradição, recheada de sentimentos humanos e sentido de fé que faz parte da nossa cultura e dos nossos valores”, disse na sua homilia.

“Uma oportunidade e até um lugar (cemitério) que favorece a expressão destes sentimentos. Aqui, lembramos com saudade aqueles que nos precederam... Que não se apague a sua memória nos nossos corações com reconhecimento e gratidão pelas suas vidas, por quanto lhes devemos e pelo testemunho de bem que nos legaram, mas também pela compreensão e o perdão por qualquer palavra, gesto ou atitude de que, porventura, possamos ter razão de queixa ou maior dificuldade em aceitar”, salientou noutra passagem.

“A morte de cada um será aquilo mesmo que tiver sido a sua vida”, uma citação de Santo Agostinho ontem lembrada pelo Bispo do Funchal para explicar as possibilidades que estão ao alcance dos fiéis no tocante à vida de santidade e à imortalidade.

“Para os crentes, este momento constitui uma ocasião propícia para afirmarmos a nossa fé na imortalidade da vida humana, no projecto amoroso de Deus de nos associar à sua glória, salvos pela morte e ressurreição de seu Filho.”

“É Jesus, afinal, a nossa referência de vida nova, caminho, verdade e vida, que nos conduz ao Pai como Ele próprio nos disse.

“Por isso, aqui celebramos a Eucaristia, contemplando a entrega da vida que Jesus fez de si mesmo no sacrifício da cruz. Juntos, nós damos graças pela vida dos nossos irmãos falecidos, entregamos ao Pai as suas vidas, rezamos para que Deus tenha misericórdia de todos e a todos receba na sua glória. Fazêmo-lo no Dia de Todos os Santos, tomando este momento com sentido especial também para nós que vivemos, com revisão e reorientação de vida perante a certeza da morte”, sublinhou.

Noutra parte da sua homilia, D. António Carrilho apresentou a solenidade de ontem como um “estímulo para nos deixarmos conduzir pelo exemplo dos santos, contarmos com a sua intercessão e auxílio, numa verdadeira peregrinação para a casa do Pai que constitui a vida de cada um de nós”.

“O caminho da santidade é para todos os que acreditando em Jesus queremos segui-Lo na vida e anuncia-Lo com o nosso testemunho.” Pensar nos santos é muito mais do que ir às igrejas, venerar as imagens ou cumprir as orações e o calendário religioso, observou.

“A festa de todos os santos” aponta para uma “multidão que seguiu Cristo”, para além daqueles que a Igreja canoniza, afirmou ainda o Bispo do Funchal nesta concelebração que contou ainda com a presença de vários sacerdotes e diáconos.



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