D. José Alves no início do seu trabalho em Portalegre-Castelo Branco
Bispo para três regiões
D. José Alves no início do seu trabalho em Portalegre-Castelo Branco
É um Bispo para o Alentejo, o Ribatejo e a Beira Baixa. Os Bispos que chegam à Diocese de Portalegre-Castelo Branco, sabem o que os espera: a diversidade e extensão de uma diocese, a desertificação progressiva, o valor do mundo rural que muitos procuram e onde poucos se podem fixar.
O último Bispo a chegar a esta Diocese foi D. José Francisco Sanches Alves. Chegou há poucos dias, no último Domingo, e a recordar o seu percurso de vida para o ajudar a perceber a Diocese que encontrava: “eu nasci na Beira Alta, formei-me no Alentejo onde trabalhei muitos anos e depois, durante 6 anos, aprendi a ser Bispo em Lisboa. Penso que todas estas três zonas hão-de trazer algum contributo para ajudar a adaptar-me às circunstâncias e aos problemas de cada zona, que não me são de todo desconhecidos, genericamente falando; não as conheço é no pormenor”.
D. José Alves sabe, no entanto, que encontra uma diocese marcada pela desertificação e por acontecimentos, os do último verão, que retiraram de muitos dos seus diocesanos os poucos recursos de que dispunham: a floresta. “Não está nas minhas mãos a solução desses problemas, mas desde já faço uma apelo às pessoas que podem decidir e podem ajudar que se lembrem da interioridade e ajudem a sair da interioridade para que não aconteça que esta zona fique mais desertificada”. Em declarações à ECCLESIA, o bispo diocesano manifestou-se convencido de que muitas pessoas que se deslocam para as grandes cidades “gostariam mais de viver aqui, ou onde estão as suas raízes, do que no meio urbano”. Mas são as condições económicas e sociais que as afastam das suas origens.
Na celebração de tomada de posse, que contou com a presença de quase duas dezenas de colegas no episcopado, a maioria do presbitério da diocese e muitos representantes de institutos de vida consagrada, leigos e autoridades dos dois distritos que a diocese engloba, D. José Alves apresentou “uma grande disponibilidade para trabalhar, um grande desejo de ajudar a melhorar o reino de Deus, que tem sido construído nesta diocese”. É uma Diocese com duas Sés, dois Paços e um só Bispo. “Um todo”, garante o Bispo Diocesano, que aponta a estrada como outro local onde o Bispo também passa muito do seu tempo. “O Bispo não pode estar mais fechado dentro de sua redoma nem pode estar reduzido à sua residência episcopal. Talvez uma boa parte da sua residência se chame estrada, porque é por onde nós bispos passamos muito do nosso tempo, em deslocações de uma localidade para outra. Felizmente que as estradas têm vindo a melhorar e os meios de transporte facilitam isso. Hoje em dia numa hora chega-se a qualquer ponto da diocese”, referiu D. José Alves.
Já no próximo Domingo, e por feliz coincidência da agenda episcopal que D. Augusto César passou ao novo Bispo, D. José Alves estará nas paróquias da cidade de Castelo Branco, a outra capital de distrito desta diocese.
