Nacional

Bispos aprovam documentos sobre a protecção das crianças e a escola

Luís Filipe Santos
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E apelam a um "diálogo pacífico" entre Governo e professores

Os bispos portugueses aprovaram dois documentos - «Toda a prioridade às Crianças» e «A Escola em Portugal» na Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), a decorrer em Fátima, até amanhã (dia 13 de Novembro). Em declarações à Agência ECCLESIA, o Pe. Manuel Morujão, Secretário da CEP, sublinhou que a Nota Pastoral sobre as crianças mostra que estas, “especialmente as órfãs, maltratadas ou portadoras de um deficiência, precisam de muita atenção”. O documento “não trata o tema da adopção” porque esta temática mereceria uma “atenção mais aprofundada” – referiu o Secretário da CEP. E acrescenta: “Faço a observação que a adopção não deve ser considerada um direito, mas um serviço a uma criança necessitada”. A Conferência Episcopal Portuguesa recomenda que em cada paróquia se “organize um grupo de acção social”. Estes devem “estar atentos” aos problemas das crianças. Na Carta Pastoral – com cerca de uma dezena de páginas – existe uma reflexão sobre a Escola em Portugal que tem como subtítulo “uma educação integral da pessoa humana”. O documento mostra que “não interessa apenas transmitir conhecimentos técnicos, mas toda a escola deve transmitir uma visão da vida e um projecto educativo orientado para os valores” – disse o Pe. Manuel Morujão. Em relação à celebração do Ano Paulino em Fátima, dia 25 de Janeiro de 2009, Festa da conversão de S. Paulo, o secretário da CEP salienta que esta será presidida por um bispo da Síria. “Este país está directamente ligada a S. Paulo, aliás, Damasco é a capital e S. Paulo converteu-se quando ia para a Síria combater os cristão”. O ofertório desse dia será para a Igreja daquele país. Na conferência de imprensa em que foi divulgada a Carta Pastoral sobre a Educação, o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa comentou também o diploma do Governo sobre o pluralismo e não concentração dos meios de comunicação social. “A Igreja Católica vê o problema com preocupação, embora afirmações do Ministro da Comunicação Social mostrem a boa intenção de obviar ao que está a ser discutido, e portanto que a Rádio Renascença entraria já na fasquia dos 50% a nível das audiências, e que parece que seria punida por os ouvintes gostarem de a ouvir”, conclui o Pe. Morujão O comunicado final da Assembleia Plenária terá também “uma simples nota sobre esta proposta de lei" E avança: “se a lei for por diante coloca em cheque a liberdade de informar” A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apela também a um diálogo “pacífico, civilizado e educado” entre o Governo e os professores. O pedido foi deixado no dia em que foi divulgada, em Fátima, uma carta pastoral sobre a educação "Certamente que apelamos ao diálogo. O diálogo é o encontro de ambas as partes para encontrar a melhor solução frente às dificuldades que têm sido expressas de uma maneira comum, concretamente nas manifestações que tem havido” - explicou o Padre Morujão, porta-voz da CEP.


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