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Bispos madeirenses reuniram-se no Funchal

Jornal da Madeira
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Por iniciativa e convite de D. Teodoro de Faria que presidiu a celebração eucarística, D. Maurílio de Gouveia, Arcebispo de Évora, D. Alfredo Caires, Bispo em Madagáscar, e alguns dos sacerdotes que estão a comemorar as Bodas de Ouro Sacerdotais, reuniram-se ontem de manhã, na capela da Encarnação, junto ao Seminário Menor, para agradecerem a protecção de Maria e evocarem os tempos vividos naquele Estabelecimento de formação sacerdotal. Gratidão e memória foram os dois sentimentos salientados por D. Teodoro de Faria, durante a celebração. Gratidão à Senhora da Encarnação, por os ter abençoado enquanto seminaristas, e protegido no exercício do seu múnus sacerdotal, durante estes cinquenta anos; memória que tornou presente a vida do seminário, com muitas das suas vivências, desde o amanhecer na capela para a oração da manhã, a meditação e a participação na Eucaristia a que se seguia o pequeno-almoço naquele grande refeitório, e logo as aulas de manhã e de tarde, o almoço e o recreio com o jogo do voleibol e o futebol, terminando o dia com o estudo e a oração da noite, o que terão constituído horas felizes na vida do Seminário. D. Teodoro evocou também as horas menos alegres, de tristeza, de perseguição, de ataques contra a Igreja Diocesana, desde o princípio do século XIX. Além de se terem apoderado do Colégio, do Convento da Encarnação, o Seminário também veio a ser objecto de roubo. Nem valeu o decreto de D. Maria que mandou devolvê-lo «para sempre», pois cinco anos depois foi tomado novamente. Veio a República que voltou a fechá-lo e, mais recentemente com a «revolução de Abril» também foi objecto de posse ilegítima. D. Teodoro teceu, de esta forma, um pouco do rosário de dificuldades, de agressões, de perseguição à Igreja, nos últimos tempos. Até o coração de ouro da Senhora da Encarnação desapareceu! Mas, como sinal eloquente dessa memória fica este edifício que foi e continuará a ser o Seminário da Encarnação. Evocando as palavras de João Paulo II que há «tempos» e «lugares» da memória, D. Teodoro assegura também ser este «um sinal, um lugar alienável». Ficará para «perpétua memória». E a estátua da Virgem voltará a ter um coração de ouro: assim o prometeu D. Maurílio, no final da celebração.


Diocese do Funchal