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Bispos portugueses prestam homenagem à última dos Videntes de Fátima

Octávio Carmo
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A figura e a vida da Irmã Lúcia, falecida em Coimbra ontem à tarde, foram recordadas como um "exemplo de fé" por vários bispos católicos portugueses, que elogiaram a sua discrição apesar do protagonismo da mensagem de Fátima. D. João Alves, bispo emérito de Coimbra, contactou algumas vezes com a Irmã Lúcia e refere à Agência ECCLESIA que dela guarda “uma imagem muito agradável e positiva”. “A Irmã Lúcia inspirava confiança pela paz em que vivia. Uma paz assente na fé e numa constante união a Deus. Era uma pessoa muito serene e interessada pelos problemas da vida, principalmente pelos problemas dos pobres. Estando num mosteiro de contemplativas, verifiquei que se mantinha a par das grandes preocupações do mundo e da Igreja. Por algum acesso à comunicação social e pela informação que lhe chegava através das visitas que, às vezes, recebia”, relata. O actual bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, destaca “a fidelidade àquilo que ela se propôs na sequência do que Nossa Senhora lhe pediu”. “Pessoa humilde, recolhia-se sempre que podia, atendia sempre com caridade as pessoas que lhe pediam entrevista, mas fugia quanto podia desses contactos públicos e protocolares. Era verdadeira carmelita”, aponta, reconhecendo também ele “o seu enorme interesse pela vida da Igreja”. O bispo de Aveiro, D. António Marcelino, considerou que a irmã Lúcia "representa uma certeza de fidelidade muito forte a Deus", que "soube estar sempre presente de maneira discreta e eficaz". D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa, referiu aos jornalistas que a Ir. Lúcia era uma religiosa fiel: “perde-se uma religiosa fiel que cumpria a sua vocação pela sua simplicidade de vida, não procurando protagonismo”. O bispo das Forças Armadas e de segurança, D. Januário Torgal Ferreira, considera que a discrição da Ir. Lúcia permitiu que o Santuário e a mensagem de Fátima criassem uma existência plenamente autónoma da sua vida. "A irmã Lúcia nunca foi vista como uma artista de acontecimentos mundanos", sustenta. D. Armindo Lopes Coelho, bispo do Porto, frisou em comunicado que a vida da irmã Lúcia "tem que ver com os acontecimentos de Fátima, as aparições, a mensagem, o culto e devoção, a fé de multidões, a beatificação da Jacinta e do Francisco, as peregrinações e a vida e transformação interior de muita gente".


Pastorinhos de Fátima