Bispos surpreendidos com interesse dos portugueses «pela sorte da Guiné» Diário do Minho 18 de Março de 2004, às 11:34 ... Os Bispos de Bissau e Bafatá, que concluÃram uma visita de 12 dias ao nosso paÃs, estão «agradavelmente surpreendidos» por ver em Portugal tantas pessoas e instituições interessadas «pela sorte da Guiné-Bissau». «Foram promessas de apoio, mas sobretudo gestos de amizade profunda», comentou ontem D. José Câmnate Na Bissign, referindo-se à recepção que ele e D. Pedro Carlos Zilli, Bispo de Bafatá, tiveram desde a passada sexta-feira no distrito de Braga, passando em várias câmaras municipais, universidades, museus, confrarias, igrejas e outras instituições ligadas à Igreja Católica. «Isto anima-nos muito — afirmou também o Bispo de Bissau ao Diário o Minho —, visto que na Guiné-Bissau tentamos multiplicar os sinais de esperança diante das dificuldades, diante da instabilidade polÃtica» que este paÃs, onde há eleições no próximo dia 28, tem vivido nos últimos anos. A convite da Cáritas Portuguesa, os dois bispos guineenses chegaram a Portugal no primeiro fim de semana de Março. Visitaram Lisboa, Aveiro e Porto, demorando-se nos últimos dias na área da Arquidiocese de Braga, que decidiu entregar uma parte da Renúncia Quaresmal à diocese de Bafatá para custear as obras de restauro de uma igreja em Bolama. O mesmo decidiu a Diocese de Beja e uma paróquia de Lisboa, porque o padre é natural desta ilha da Guiné-Bissau. Ontem de manhã, os bispos guineenses foram recebidos na Reitoria da Universidade do Minho e no Governo Civil de Braga, antes da visita à Torre Medieval, Museu Pio XII, Seminário de Santiago e Colégio de Montariol. Anteontem à tarde, estiveram na Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso e de Braga, sendo também recebidos na sede da Associação Industrial do Minho. O balanço desta visita é «muito positivo», afirmou D. José Câmnate Na Bissign em declarações ao DM. «Tivemos a agradável surpresa de descobrir que a Guiné-Bissau é muito conhecida» em Portugal. Em Braga, acrescentou o Bispo de Bissau, têm «muitos amigos, não só da Igreja, mas também da sociedade civil». Um estÃmulo para regressar à Guiné-Bissau «animados com o apoio recebido». UMA VISITA PARA RECOLHER APOIOS Esta estadia em Braga, contou o Bispo de Bissau, foi uma oportunidade que os dois prelados tiveram para expor as prioridades da Igreja Católica guineense. «Quisemos dizer que para nós é prioritário investir na educação», disse D. José Câmnate Na Bissign, atendendo a que se trata de «um paÃs totalmente desorganizado, em que a população não se sente acompanhada, acarinhada» pela classe polÃtica. Da parte da Igreja Católica, acrescentou o prelado, «é importante que esteja mais presente quando precisam dela». Além da educação, esta visita serviu também para garantir apoios à produção agrÃcola, comunicação social e saúde. Regressados à Guiné-Bissau, os Bispos de Bissau e Bafatá vão elaborar projectos, que em breve serão avaliados pela Cáritas. A resposta desta instituição internacional «depende do volume dos projectos», explicou o presidente da Cáritas Portuguesa. Garantido está, segundo Eugénio Fonseca, «todo o esforço para que esta cooperação se estabeleça» quanto antes, «e que esta visita fortaleça os laços de solidariedade» entre Portugal e a Guiné-Bissau. A construção de um armazém para guardar arroz é um dos projectos a concretizar — adiantou o presidente da Cáritas Portuguesa, que acompanhou os bispos guineenses nesta visita a Portugal. Guiné-Bissau Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...