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Bodas de Ouro da Comunidade Claretiana de Fátima

Pe. Rui Marto
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No próximo dia 16 de Julho de 2003, a Comunidade Claretiana de Fátima, Seminário do Coração de Maria, vai celebrar oficialmente as suas Bodas de Ouro, 50 anos ao serviço do Evangelho. Do programa consta: Eucaristia de acção de graças às 11h3o, presidida por Sua Excia Revma o Senhor D. Serafim, bispo de Leiria-Fátima e onde estarão presentes vários missionários claretianos de Portugal. São convidadas as autoridades religiosas e civis da zona, bem como amigos e antigos alunos do Seminário. Às 13 horas será servido almoço de confraternização. Santo António Maria Claret, Missionário Apostólico, Servidor excelente da Palavra, Filho do Coração Imaculado de Maria, vislumbrou a Congregação de Missionários por ele fundada a pregar em todo o mundo. Dizia ele: “O meu espírito é para o mundo inteiro”, espelhando-se nos seus companheiros vindouros. A mensagem de carácter universal trazida a Fátima por Nossa Senhora logo encontrou eco nos seus filhos missionários. Em Fátima, e a partir de Fátima, o Coração de Maria havia de transportar a Palavra a todas as nações. E ao “Altar do Mundo” se apressaram os Missionários Claretianos. “Já em 1922, o P. Martinho Alsina, em visita ao teologado de Cervera, Espanha, dera a notícia das aparições de Fátima e advogava a compra de um terreno perto do futuro santuário”, lemos em nota histórica sobre as origens da Casa de Fátima. A licença para a instalação da Comunidade é concedida a 16 de Setembro de 1951, a 4 de Julho de 1953 a diocese autoriza a abertura de uma capela pública. A casa abre oficialmente a 27 de Julho de 1953, com dois missionários: os saudosos P. José Gonçalves Pereira e Irmão Amílcar da Silva Parente, cujo corpo se encontra sepultado no cemitério da Fátima. A actividade pastoral dos missionários do Coração de Maria até 1962 em Fátima concretiza-se sobretudo na administração do sacramento da reconciliação e na pregação de exercícios espirituais às comunidades religiosas da zona. Vários foram, entre outros, os que integraram a comunidade: PP. Gonçalves Pereira, Aníbal Coelho, João Lisboa e Irs: Parente, Moisés, Fernando, Ferreira, Meleiro, Maia, Mariano, Leonardo. A 18 de Julho de 1954, D. Fernando Cento, na altura Núncio Apostólico em Lisboa, benze solenemente a estátua de Santo António Maria Claret, colocada na Basílica do Rosário, em Fátima. Por graça de Deus, a Congregação, recente em Portugal, ampliava-se a olhos vistos e os candidatos à vida missionária, ao estilo de Claret, eram cada vez mais numerosos. Fátima foi o lugar escolhido para Casa de Noviciado e assim funcionou de 1962 a 1978. Ao lado da primeira casa, o novo edifício foi concebido para albergar cerca de 40 noviços, para além da comunidade. Começado a construir em 1960, foi inaugurado pelo cardeal Arcádio Larraona a 1 de Maio de 1962, estando presentes ao acto D. Artur Tabera, D. João Pereira Venâncio, então bispo de Leiria, membros dos Governos Geral e Provinciais e superiores Provinciais de outras Congregações Religiosas. As autoridades civis estiveram presentes nas pessoas do Dr. Adriano Moreira, então Ministro do Ultramar e os presidentes das Câmaras de V.N. de Ourém e Porto de Mós. O Seminário serviu de local de formação a várias gerações, de 1962 a 1996, como filosofado, noviciado, ou simplesmente casa de formação a alunos do Liceu. Em lugar sobranceiro, ergue-se altivo fazendo avistar tantos campos de missão à espera da Boa Nova de Jesus Cristo. Ao longo dos anos, grupos mais ou menos numerosos de rapazes contactaram com os Missionários do Coração de Maria, fazendo experiências mais ou menos fortes na vida missionária dos claretianos. A Profissão Religiosa, marco fundamental na entrega à Congregação, foi sempre ponto alto na vida do Seminário de Fátima. O Fundador, Santo António Maria Claret, dizia que os dois pés do missionário são a ciência e a virtude. Na ciência, a biblioteca foi sendo enriquecida com obras de grande valor, portuguesas ou estrangeiras, sempre do mais actualizado. Os formadores eram homens cheios de saber e sedentos do mesmo, P. Aníbal Coelho ou P. Manuel Leal, e procuravam transmitir a vontade da procura aos educandos. Aqui funcionou uma secção do CEF, nos seus princípios e aqui leccionaram os PP. Barros de Oliveira, Manuel Fernandes, António Oliveira, Costa Tavares, Martins Capitão, entre outros. A virtude, o outro pé do missionário, era ensinada com testemunho de vida por igual estirpe de valorosos: PP Gonçalves Pereira, Carolino, Abílio Araújo, Pires Marques, Narciso Nabais, Francisco Vaz, Eduardo Videira, Manuel Rocha Vieira, entre os que o Senhor já chamou. O P. José Maria Pereira Lopes, que Deus mantenha em vida, foi o Mestre de Noviços nos tempos de renovação da Vida Consagrada, após o Concílio Vaticano II. Durante anos a fio, dois sacerdotes percorreram o país: um como pregador itinerante de Missões Populares; outro como animador da Vida Consagrada: aqui se preparavam, daqui partiam e aqui regressavam com tanta alegria, embora exaustos! Com carácter social e apostólico aqui funcionou, de 1964 a 1970, a “Alfaiataria do Coração de Maria”, e uma Tipografia, de 1975 a 1979. A Comunidade pôs de pé e acompanhou, de 1988 a 1993, uma Escola de Música, com frequência de mais de uma centena de alunos. Ao longo de vários anos tem sido dada uma colaboração no santuário, quer através do serviço de confissões, quer através da orientação da recitação do Terço, pela Rádio Renascença. A forte componente da actividade pastoral com religiosas e religiosos fez surgir, em linhas modernas e instalações condignas e renovadas, a Casa de Acolhimento e Espiritualidade, para descanso, para retiros, para Congressos, encontros de formação ou simplesmente reuniões de catequistas ou outros animadores leigos. Presentemente, a Comunidade Claretiana dedica-se também quer, à pastoral juvenil vocacional, por todo o país e, particularmente, colaborando com outros centros claretianos, quer no apoio pastoral às paróquias da região. Composta de seis elementos: PP. Manuel Lopes, João Ferreira, Baltasar Azevedo, Rui Marto, Artur Teixeira e Estudante Augusto Silva, a comunidade actual sente-se orgulhosa dos seus irmãos que por aqui passaram, trabalharam, sofreram e amaram o Coração de Maria e, por ela, Jesus Cristo e a sua Igreja. P. Rui Marto


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