Situado na nascente do outeiro mais alto da cidade de Faro, a Atalaia ou Monte de Santo António do Alto, desenvolve este estabelecimento de ensino da Igreja a sua acção cultural, pedagógica e de apostolado, na Quinta do Alto e Palácio nela construído, que outrora fora propriedade rústica e urbana de João Augusto Judice Fialho e de seus descendentes.
A 15 de Dezembro de 1954 foi executada a transacção de venda à diocese do Algarve, na pessoa do seu Bispo Coadjutor, D. Francisco Rendeiro.
A 9 de Janeiro de 1955, reabriu as aulas no Palácio da Quinta, devidamente preparado e adaptado para receber os alunos vindos do Colégio de Santa Catarina, a funcionar desde 1931 em Monchique, mas cujo espaço e decadência física do edifício já não reunia as indispensáveis condições para o seu funcionamento.
A pouco e pouco o número de alunas foi aumentando e tornou-se o espaço pequeno para satisfazer a procura.
Assim, para permitir a sua expansão, erguem um novo pavilhão de aulas, com os requisitos exigidos então pela lei.
O arquitecto Gomes da Costa, recém-chegado do Brasil, certamente influenciado pelo estilo dessas paragens, concebe uma obra moderna em contraste harmonioso com o edifício existente. Implanta-a na chamada “mata das cegonhas”, para que os alunos se sentissem em plena natureza.
A 31 de Julho de 1961, o Cardeal D. Manuel Gonçalves Cerejeira benzia e colocava a pedra fundamental do pavilhão e do ginásio.
Ficava reservado o Palácio para a residência do Internato e uma ou outra actividade.
A sua abertura ao Espírito, aos tempos e ao progresso, o poder de iniciativa, o constante dinamismo, o gosto pelo belo, o fácil relacionamento e simpatia, uma enorme força de vontade, aliando tudo a uma profunda vida interior e a uma exigência forte e suave fizeram do Colégio do Alto o paradigma de uma verdadeira Escola a recomendar.
Na rectaguarda, e ao mesmo tempo na primeira linha, como grandes obreiras dos pilares de todo o processo educativo, as irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.
Os anos têm decorrido no mesmo ritmo de desenvolvimento cultural e evangélico, sendo acompanhadas pelos Prelados da diocese, que também se vão sucedendo e dedicando ao Colégio presença, atenção e apoio.
Uma figura que se deve invocar é a do cónego Henrique Ferreira da Silva, que em 1948 entrou como capelão e professor, ainda no Colégio de Monchique, tendo acompanhado a transferência do Colégio para Faro. Pouco depois da saída da directora, irmã Maria da Sagrada Eucarístia, assumiu pedagogicamente a direcção da Escola. Sucedeu-lhe, depois, na direcção, a dr.ª Maria Filomena Anastácio Ferreira, apoiada pela dr.ª Marília Batista Fernandes. Actualmente é seu director o cónego Gilberto Melquíades Soares Santos.
O Colégio, hoje com cerca de 350 alunos, distribuidos pela Pré-Primária, 1º, 2º e 3º ciclos, continua apoiado pelas irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, sendo presentemente superiora a irmã Maria Engrácia Oliveira e são muitos os professores e funcionários que todos os dias se dedicam à formação dos educandos.
O seu projecto educativo, assente no Projecto Educativo da Escola Franciscana Hospitaleira, passa por um «processo dinâmico que visa ajudar cada aluno a realizar-se como pessoa, respondendo aos desafios da sua vocação humana e cristã, identificando-se progressivamente com o Homem Novo, na sua tríplice relação com Deus, consigo mesmo e com o outro».
Ao longo de todos estes anos de existência, «o Colégio tem procurado formar os seus alunos numa linha de responsabilidade e solidariedade, para que os jovens possam, mais tarde, enfrentar com fé, coragem e entusiasmo, os obstáculos à sua realização pessoal e tornando-os agentes de construção de uma comunidade universal, mais fraterna, mais justa e mais feliz».