Nacional

Bragança renova apostas pastorais

Luís Filipe Santos
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E terá catedral como emblema da cidade

No próximo triénio (2006/09) a diocese de Bragança terá como tema central da sua pastoral a “Família: comunidade de vida e de amor”. Em declarações à Agência ECCLESIA o Pe. Adelino Paes, Vigário Episcopal para a Pastoral desta diocese, referiu que ainda “estamos na fase de lançamento deste programa”. Num decreto assinado este mês pelo bispo diocesano, D. António Montes, salienta-se que tendo em conta o disposto no cânon 476 do Código de Direito Canónico (CDC) sobre a constituição de vigários episcopais com vista a incrementar a acção pastoral da diocese nomeadamente promovendo a elaboração de planos anuais e plurianuais de pastoral e acompanhando a execução dos mesmo “havemos por bem instituir a Vigararia Episcopal da Pastoral que será orientada por um vigário da pastoral coadjuvado por alguns assessores”. Esta vigararia “existiu no tempo do bispo anterior” mas, passados quatro anos, o prelado de Bragança – Miranda voltou a institui-la porque, primeiro “quis ver a diocese”. Depois de ver as necessidades fundamentais deste território eclesial, D. António Montes nomeou como vigário episcopal para a pastoral o Pe. Adelino Paes. Este explicou que a diocese tem como “grande necessidade” a pastoral juvenil e vocacional. E acrescenta: “como existe escassez de sacerdotes é necessário que os leigos tomem o seu lugar”. A participação dos leigos na “edificação das comunidades” é urgente e é fundamental apresentar “o sacerdócio como algo de belo” – disse o Pe. Adelino Paes. Tal como nas outras dioceses, as vocações sacerdotais “vão escasseando”. E acrescenta: “não surgem tantas como as necessárias”. Aos jovens pede que descubram “outra imagem da igreja: não a conservadora e tradicional mas uma igreja comprometida nos grandes valores que a sociedade vai sentindo”. Os «valores» do consumismo predominam todavia, a Igreja deve utilizar “novas linguagens e metodologias” – contou o vigário episcopal da pastoral. A Um emblema da cidade de Bragança O bispo de Bragança – Miranda apontou para a Páscoa de 2006 a conclusão das obras na catedral daquela diocese. O espaço envolvente está “a ser tratado” mas a parte do templo ainda não “foi adjudicado, o projecto ainda não está concluído”. Em relação ao exterior, a Câmara Municipal de Bragança assumiu os trabalhos “que estão em curso”. E avança com uma data: “certamente no fim de 2006 estarão concluídos”. Depois de concluída, a Catedral será “um emblema” da cidade de Bragança. Com a proximidade da Quaresma, o Pe Adelino Paes apurou que “estamos a distribuir a mensagem de Bento XVI para este Tempo Litúrgico”. Cada paróquia irá organizar a pastoral para ajudar os cristãos a caminhar neste tempo mas a nível diocese não existe nada de específico. D. José Saraiva Martins em Bragança Para as festas da cidade de Bragança – dia 22 de Agosto -, a diocese convidou D. José Saraiva Martins, Prefeito para a Congregação para a Causa dos Santos. Não vem por causa de nenhuma beatificação mas porque a “nossa diocese tem um culto mariano muito acentuado” – declarou. A vinda de D. José Saraiva Martins pode “despertar mais a sensibilidade da nossa gente”. Em 2006 celebra-se o Ano Internacional dos desertos e desertificação. O Pe. Adelino Paes realça que Bragança é “muito afectada por este fenómeno, talvez mais do que qualquer outra diocese do país”. A nível de programação ainda não “existe nada a não ser o que se fará pelas autoridades civis”. A Igreja acompanha mas “não tem projecto para esta área”. Apesar da desertificação humana ser uma realidade, a Igreja “não pode fazer muito mais do que apelar às pessoas para que não abandonem a sua terra”. As autoridades civis também “sensibilizam as pessoas para este fenómeno”. Boa relação com os «vizinhos» espanhóis Tanto a Norte a como a Este, a diocese de Bragança – Miranda faz fronteira com o outro país da Península Ibérica. “Temos parcerias com Astorga e Zamora e temos um bom relacionamento” – disse o vigário episcopal para a pastoral. A aldeia comunitária de Rio de Onor tem dois párocos – um português e um espanhol – mas existe “um acordo entre eles que quando existe missa em português não se celebra em espanhol e vice-versa”. Uma convivência familiar por isso “se chama aldeia comunitária” – conclui.


Diocese de Bragança-Miranda