Cabinda na perspectiva da Igreja Fundação AIS 28 de Maio de 2004, às 11:30 ... Em Lisboa, no colóquio "Angola na Encruzilhada do Futuro" O Vigário-Geral da Diocese da Cabinda, o Pe. Raul Tati, esteve ontem em Lisboa para falar sobre a perspectiva da Igreja na questão de Cabinda, tema integrado no colóquio “Angola na Encruzilhada do Futuro†que decorreu a 26 e 27 de Maio em Lisboa. A chamada “questão de Cabinda†foi o último tema da Conferência “Angola na Encruzilhada do Futuroâ€, promovida pela Fundação Mário Soares e pela Open Society, organização não-governamental norte americana. Este foi também o painel que gerou debate mais aceso entre os angolanos presentes, que representavam vários partidos, organizações e sensibilidades polÃticas de Angola. Em representação da Igreja de Cabinda, o Pe. Raul Tati, falou sobre o conflito armado e o seu impacto na sociedade cabindense, esclarecendo a posição do clero face a esta questão. “Devemos advertir que todo o esforço da Igreja deve ser entendido na perspectiva de um protagonismo profético e jamais deverá ser confundido com o protagonismo polÃticoâ€, sublinhou o sacerdote. Para o Pe. Raul Tati, a Igreja “não disputa o poder nem se deixa atrelar por esteâ€. O sacerdote lembrou que desde Abril de 2002, altura em que houve uma intensificação do conflito militar no território entre o exército angolano e os guerrilheiros da FLEC, o Bispo de Cabinda, D. Paulino Madeca, apelou “ao bom senso dos polÃticos e ao diálogo para que os ventos da paz chegassem também a Cabindaâ€. O governo angolano “entendeu optar pela lógica da força como solução da questãoâ€, concluiu o Pe. Raul Tati. O sacerdote de Cabinda referiu ainda a existência de “campanhas de intoxicação psicológica†contra o clero cabindense nos meios de comunicação estatais. Deu o exemplo de programas de rádio onde “são insultados os presbÃteros de Cabinda (…) e onde a própria Igreja vai recebendo alguns epÃtetos gratuitos, mas com contornos perigososâ€. Paralelamente, referiu uma tentativa recente de selar uma antena da Rádio Ecclesia em Cabinda, que foi frustrada pela intervenção pessoal do Bispo de Cabinda. Segundo o sacerdote, D. Paulino Madeca tinha anteriormente notificado o governador local sobre a instalação da antena, não tendo obtido resposta por parte das autoridades. Após as comunicações de Agostinho Chicaia, presidente da associação cÃvica de Cabinda Mpalabanda, e do Pe. Raul Tati, seguiu-se um perÃodo de questões colocadas pelo público que gerou uma inflamada discussão. Alguns intervenientes defenderam a unidade territorial em Angola e criticaram a Igreja de Cabinda, que acusaram de ser a favor da independência e próxima das posições das FLEC. O Pe. Raul Tati respondeu à s criticas reafirmando que o clero de Cabinda se baseia na Doutrina Social da Igreja e no pensamento cristão que resultou do ConcÃlio Vaticano II. Na conclusão da sua intervenção afirmou que “a Igreja em Cabinda pretende ser apenas o espaço salvÃfico do operar de Deus no meio do seu povoâ€. Agostinho Chicaia defendeu como urgente uma consulta, sob a forma de referendo, à população de Cabinda. Angola Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...