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Caminheiros de Vila Real recordam viagem

Agência LUSA
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Os três veteranos caminheiros de Vila Real que há sete anos foram a pé a Roma recordaram ontem com “tristeza†e “emoção†o dia em que foram recebidos pelo Papa João Paulo II. Em 1998, três caminheiros de Vila Real resolveram ir a pé até Roma só para verem pessoalmente o Papa, o que conseguiram, a 19 de Junho, depois de 2.500 quilómetros e 50 dias de viagem. O médico António Júlio Monteiro, actualmente com 82 anos, disse à Agência Lusa que o dia em que foi recebido por Karol Wojtyla e lhe beijou a mão foi também o dia «mais importante» da sua vida. «Fomos de propósito a Roma para cumprimentar o Papa, apenas porque o admirávamos muito», afirmou. António Monteiro orgulha-se também de afirmar que teve a mão do sumo pontífice pousada no seu ombro esquerdo durante «seis ou sete» minutos. «Foi um momento que nunca vou esquecer», recorda António Carvalho, hoje com 82 anos, que destaca o «sorriso sincero» de João Paulo II como a principal recordação daquele dia. Apesar de não ter sido recebido pessoalmente pelo Papa – já que só eram recebidas delegações de duas pessoas de cada grupo – o ex-militar Artur Correia, com 76 anos, salienta o “momento único†que viveu em Roma. «Como era o mais novo, disse aos meus colegas para irem eles, mas vivi com a mesma intensidade todo aquele dia», frisou. Quando chegou a vez de serem recebidos por João Paulo II, os transmontanos foram apresentados por um Arcebispo espanhol, um facto que desagradou a António Monteiro, que ficou triste por nenhum religioso português estar presente naquele momento. «Mas, para surpresa nossa, no final da cerimónia o Papa falou-nos em português e agradeceu aos peregrinos de Vila Real a viagem a pé até Roma», sublinhou. Como presente para João Paulo II, os caminheiros levaram 12 garrafas de Vinho do Porto, uma colheita do ano em que nasceu o Papa polaco.


João Paulo II