Caminho de Santiago promove desenvolvimento local Diário do Minho 04 de Outubro de 2005, às 10:59 ... O Caminho de Santiago é um elemento importante para estimular o desenvolvimento local, porque o número de peregrinos não pára de aumentar. Várias localidades em Espanha e em França estão a investir na recuperação patrimonial, na promoção do seu artesanato e dos produtos locais para receber condignamente os visitantes. As autoridades portuguesas é que ainda não se aperceberam que este fluxo de pessoas pode ser uma arma para revitalizar pequenas localidades, lançar turismo alternativo e criar emprego. Estas ideias foram deixadas ontem pelo presidente da Associação Espaço Jacobeus, na divulgação à comunicação social do evento “Capital do Caminho Português de Santiago — Braga 2005â€, que decorre entre 3 e 6 de Novembro. Amaro Franco sublinhou que o Caminho de Santiago foi o pretexto para que tivessem sido recuperadas autênticas aldeias-fantasma e criadas respostas para receber os peregrinos. É que os peregrinos precisam de comer e de dormir, o que abre novas possibilidades de negócio. Esta realidade foi confirmada pelo representante do Centro de Estudos Galegos da Universidade do Minho, entidade que se associa à Capital do Caminho de Santiago, através da realização de actividades de Ãndole cultural. Carlos Passos defendeu que o Caminho de Santiago cria as condições para que o Norte de Portugal possa valorizar um «património imponente». Em seu entender, estes itinerários são uma «plataforma cultural que serve para ligar as duas margens do rio Minho» e uma oportunidade de desenvolvimento local na euroregião. Contudo, Amaro Franco deixou crÃticas à forma como as autoridades portuguesas têm tratado estas questões, sem se preocuparem com a criação de uma rede de albergues ou com a questão da sinalização dos percursos. Esta postura contrasta com a dos responsáveis espanhóis, onde há albergues de 15 em 15 quilómetros para acolher os caminhantes. Para tentar convencer os polÃticos de que «Portugal não pode perder este comboio », a Associação tem vindo a estabelecer contactos com deputados e com as autarquias por onde passam os caminhos. Este responsável adiantou ainda que foram endereçados convites ao primeiro-ministro, à ministra da Cultura e aos secretários de Estado do Turismo, Desenvolvimento Local e Cultura para estarem em Braga entre 3 e 6 de Novembro. Amaro Franco pensa que o primeiro percurso nacional servido por uma boa rede de alojamento possa estar a funcionar em 2006, entre Guimarães e Valença. Isso graças ao acordo que deverá ser formalizado com a MoviJovem, para o acolhimento dos peregrinos nas pousadas de Guimarães, Braga e Ponte de Lima. Entretanto, também deverão entrar em funcionamento os albergues de peregrinos de Rubiães (Paredes de Coura) e Goães (Vila Verde), que se vão juntar aos de S. Pedro de Rates, Barcelos e Valença. O mesmo dirigente sublinha que é preciso tomar medidas para que não aconteça em Portugal o que se perspectiva que possa vir a suceder no Caminho francês: o excesso de peregrinos. «As autoridades terão de responder ao número crescente de peregrinos», alertou. Paralelamente, deverá continuar o esforço para a marcação dos itinerários. Amaro Franco explicou que a marcação do caminho de Guimarães está atrasada porque é necessário realizar investigação. Da mesma forma, é necessário levar a cabo acções de sensibilização, para que não se perca o espÃrito de peregrinação. «O Caminho francês está a perder o espÃrito, por causa da massificação e do high tech», afirmou, explicando que muita gente começa a levar sapatilhas e mochilas cheias de tecnologia, fazendo do caminho apenas «um prolongamento do dia-a-dia». Braga recebe párocos, autarcas, dirigentes associativos e confrades O evento “Capital do Caminho Português de Santiago — Braga 2005†vai reunir, entre 3 e 6 de Novembro, párocos, autarcas, dirigentes associativos e confrades para debater as várias vertentes do Caminho de Santiago. Previsto inicialmente para se desenvolver anualmente, este projecto terá uma edição bienal, alternada com a organização das Jornadas Compostelanas. O dia 3 vai ficar marcado pela apresentação e lançamento em Portugal da “acreditação jacobeia universitáriaâ€, com a presença de José António Fernández (Universidade de Navarra). À noite, o grupo Emsemble Resonet, com Mercedes Hernández (soprano) e Fernando Reyes (director), interpretam música da época Medieval. No dia 4 de manhã decorre, no Seminário Conciliar, o I Encontro “A Igreja no Caminho de Santiagoâ€, dirigido aos párocos e institutos de vida consagrada por onde passam os itinerários nacionais. À tarde realiza-se, no Instituto da Juventude, o II Encontro das Câmaras Municipais do Caminho Português de Santiago. À noite, Miguel Anxo Seone, do Consello da Cultura Galega, profere uma palestra intitulada “Um caminho no céuâ€. O terceiro dia de trabalhos contempla a realização do II Encontro Nacional de Associações Jacobeias, o I Encontro Luso-Galaico das Associações Jacobeias e a sessão solene de tomada de posse dos corpos gerentes do Conselho Nacional de Associações Jacobeias. À noite decorre a II Peregrinu’s Party, que inclui eucaristia à s 19h30. O evento chega ao fim do dia 6, com o I Encontro Nacional dos Irmãos da Arquiconfraria Universal do Apóstolo São Tiago, no Sameiro. Esta será a primeira vez que haverá a imposição de medalhas aos novos confrades fora do túmulo do Apóstolo e fora das três datas habituais (30 de Dezembro, 22 de Maio e 25 de Julho). Turismo Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...