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Caminhos da fé na Serra da Estrela

Agência Ecclesia
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Uma proposta da ECCLESIA para este verão

Na Serra da Estrela, onde o território continental mais se aproxima do céu, é o local de um património e tradições de uma riqueza que não pode cair no esquecimento. Esta necessidade de preservação é visível em Gouveia, onde a rede municipal de caminhos pedestres convidam os visitantes aos “Caminhos da Fé”. “Há um grande desafio para Gouveia, que reside na nossa natureza. Atendendo ao rumo que traçámos para o desenvolvimento da diversas vertentes do turismo, entendemos que havia uma vertente importante: as rotas, os percursos pedestres”, diz ao programa ECCLESIA o presidente da Câmara Municipal local, Álvaro Amaro. “Os Caminhos da Fé” inserem-se neste projecto, possibilitando a visita de capelas, igrejas e ermidas, com a sua história, enquadradas numa paisagem notável. Quem visita este Concelho pode, agora, partir à descoberta das tradições da fé das gentes da Serra, que outrora rasgavam rotas de peregrinação e romaria num contacto íntimo com a natureza, esplendorosa nesta região. São 16 quilómetros que se iniciam e acabam na cidade de Gouveia, passando por quatro das principais aldeias das imediações. A capela de São Miguel do Outeiro é o ponto de partida, ainda no interior da cidade, um pequeno lugar de culto do séc. XVI. João Rebocho, do Departamento de investigação histórica da Câmara Municipal de Gouveia, explica que “esta capela estaria ligada a uma confraria de cardadores, uma actividade profissional ligada aos têxteis”. Aqui o caminhante despede-se de Gouveia e entra na maior atracção do percurso: a natureza. Ainda assim, o Convento de São Francisco não deixa de prender a atenção do visitante, com uma arquitectura em excelente estado de conservação – a propriedade é particular e a autorização prévia para a visita indispensável. A rota avança por Vinhó, uma aldeia no sopé da Serra da Estrela que vê neste percurso uma mais valia. Os “Caminhos da Fé” passam ali pela Igreja de Santa Maria, antigo convento da Ordem de Santa Clara – a mais rica estação deste percurso em termos patrimoniais. Moimenta da Serra é a etapa que se segue. Aqui o percurso termina na Capela de Nossa Senhora do Porto, do séc. XVII. As indicações convidam o caminhante a seguir até Mangualde da Serra, sempre a subir, até à ermida de Nossa Senhora da Monte. Depois, é a descer que se chega à Igreja matriz das aldeias, de finais do séc. XVII e dedicada aos padroeiros, os santos Cosme e Damião. O percurso termina na cidade de Gouveia, no alto, na Capela do Senhor do Calvário – erguida após o terramoto, pelo facto de a cidade ter sido poupada.


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