Nacional

Cardeal Bertone lembra alegria da Irmã Lúcia

Octávio Carmo
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Legado pontifício fala da herança espiritual de Fátima

O Cardeal Tarcisio Bertone, enviado especial do Papa para o funeral da Irmã Lúcia, recordou hoje a Vidente de Fátima como uma pessoa “solar, luminosa, cheia de alegria”. Em entrevista à Rádio Vaticano, o arcebispo de Génova e antigo secretário da Congregação para a Doutrina da Fé considera a Irmã Lúcia “uma mulher excepcional, mas simples, uma mulher de oração, de graça, de amizade com a humanidade, porque era depositária de uma grande esperança para a humanidade”. A vida de oração e de silêncio da Irmã Lúcia foi, para o Cardeal Bertone, a manifestação de “um grande sentido da missão que lhe tinha sido confiada, a missão de anunciar ao mundo o apelo de Maria”. “Penso que muitos sabem que um dos últimos escritos da Vidente de Fátima, mulher simples mas cheia de intuição divina, foi o seu livro ‘Os apelos de Fátima’. Ela sentiu fortemente este apelo à oração, à penitência, à conversão, sentiu-se investida desta missão de anunciar e propagar os apelos da Senhora de Fátima”, recordou. Sobre a herança espiritual que a pastorinha deixa a todos os Católicos, o Cardeal Bertone assinala que “ela viu Maria, foi privilegiada pela sua simplicidade de coração juntamente com os outros dois Pastorinhos, e deixa esta memória e este compromisso de ser, com Maria, cooperadores da salvação”. Desde 1917 até hoje, milhões de peregrinos de várias gerações passaram por Fátima, facto que o enviado especial do Papa justifica pela “presença de Deus”. “Se os homens e as mulheres de todos os tempos dizerem sim a Deus, o mundo será transformado com o espírito do Evangelho, o espírito das Bem-aventuranças”, frisou. A ligação de João Paulo II ao Santuário de Fátima e à Irmã Lúcia é considerada pelo arcebispo de Génova como resultado “dos tristes eventos do 13 de Maio de 1981” e da identificação com a figura vestida de branco na terceira parte do terceiro segredo de Fátima. “O martírio do nosso Papa, que continuava através da sua doença, é um dom para toda a humanidade e foi um sinal da proximidade de Lúcia com este Papa, com todos os Papas, mas de modo especial com João Paulo II”, aponta.


Pastorinhos de Fátima