Iniciativa do Pe. Serras Pereira considerada «um exagero»
O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, criticou hoje o anúncio publicado pelo Franciscano Pe. Nuno Serras Pereira, considerando que o texto é "exagerado" e não reflecte a posição oficial da Igreja.
“O texto que li é exagerado, porque uma atitude pastoral da Igreja não se pode definir assim. Uma coisa é a condenação moral de certos comportamentos graves, outra coisa é o tratamento pastoral das pessoas que porventura tenham incorrido nesses comportamentos", esclareceu D. José Policarpo em declarações à Rádio Renascença, à margem de uma visita à Casa de Saúde do Telhal.
"Espero que todos percebam que aquela posição não é a posição oficial da Igreja, que não é a posição da hierarquia", acrescentou.
No anúncio, o religioso Franciscano invoca o Código de Direito Canónico para fundamentar a sua recusa em dar a comunhão “a católicos que manifestamente têm perseverado em advogar, contribuir para, ou promover a morte de seres humanos inocentes”.
O Cardeal-Patriarca de Lisboa quis vincar que esta tomada de posição “é uma atitude pessoal”. “Sei que se insere na personalidade própria do Pe. Nuno, enfim, é um apaixonado por essa causa. E como todos os grandes apaixonados, a páginas tantas, comete exageros”, indicou.
Nesse sentido, D. José Policarpo repetiu que a publicação do anúncio “é uma coisa sem consequências porque o Pe. Nuno – que é religioso Franciscano - não tem nenhuma responsabilidade pastoral, não é pároco, portanto este é mais um anúncio da sua perspectiva pessoal e que mostra uma preocupação, quase obsessiva, por uma temática e, na prática, isso traz poucas consequências".
“Preocupava-me mais se fosse um pároco de Lisboa a dizer uma coisa dessas”, concluiu.
