D. José Policarpo explica a sua experiência no «pré-Conclave»
D. José Policarpo considera que a morte de João Paulo II e a eleição de um novo Papa são momentos privilegiados para sentir a “profunda humanidade da Igreja”.
“Na densidade destes dias que antecedem a escolha do futuro Papa, se experimenta essa humanidade da Igreja, através da qual Deus continua a agir na história”, refere o Cardeal-Patriarca de Lisboa numa mensagem enviada a partir de Roma, dirigida aos fiéis da sua Diocese.
A mensagem explica que a eleição do próximo Papa é “um acto profundamente humano”: “não estamos à espera que Deus nos mande um anjo a anunciar a sua escolha. Ele quer que a sua escolha se exprima na nossa. É tudo tão simples e tão sereno”.
“Este sentir da humanidade da Igreja é um desafio para todo o Povo de Deus, neste início do terceiro milénio e tem a ver com a nova evangelização. A Igreja toda é chamada a acreditar que, pela sua maneira de agir e de estar no mundo, Deus passa ou não passa, porque a acção da Igreja é a única maneira de o Espírito de Deus agir na história dos homens”, escreve.
D. José Policarpo considera que os milhões de pessoas que se deslocaram a Roma na última semana para ver o funeral de João Paulo II são um "símbolo vivo do destino da Igreja no mundo contemporâneo".
“A Igreja pode ser essa avalanche imparável de multidões tocadas por Jesus Cristo, que se põem a caminhar, desejosas de contemplar o seu rosto e que atravessam a humanidade, gritando a esperança”, aponta no documento ontem divulgado.
É neste contexto que o Cardeal-Patriarca diz que deixou de haver lugar para um “cristianismo acomodado e passivo”. “João Paulo II teve esse dom e essa força, de pôr a Igreja a caminho”, recorda.
D. José Policarpo faz ainda uma alusão às inúmeras manifestações dos católicos durante as exéquias do Papa. “Estes dias em Roma têm sido de uma beleza e profundidade envolventes”, assegura.
Para D. José Policarpo, “independentemente do ritmo do processo de beatificação que só o próximo Papa poderá decidir, a vida e morte de João Paulo II foram um forte apelo à santidade”.
“Todos tivemos a sensação de que, naquelas exéquias, estávamos a venerar um santo. Os cartazes que, no meio daquela multidão, pediam a beatificação imediata de João Paulo II, não eram episódicos; eram, antes, expressão de uma vaga de fundo, a que os meios de comunicação têm dado voz e que não deixa ninguém indiferente”, observa.
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