Cáritas denuncia pobreza escondida na Madeira Jornal da Madeira 17 de Março de 2006, às 10:53 ... Os dados são do relatório de actividades de 2005 da Cáritas Diocesana do Funchal: entre 2003 e 2005, houve uma variação positiva de quase 140 por cento na atribuição de cabazes alimentares. De acordo com o relatório ontem apresentado, os apoios concedidos pela Cáritas Diocesana durante o ano 2005, registam os seguintes números: roupas, 125.500 euros; mobÃlia, 5.900; electrodomésticos, 4.900; alimentos, 24.600, para um total aproximado de 168 mil euros. Em relação aos anos 2003-2004, que foram os dois primeiros anos deste mandato, regista-se um aumento de 16,8% no âmbito dos atendimentos, e 19,2 % no sector dos alimentos. Os apoios concedidos provêm fundamentalmente dos peditórios públicos, do peditório no comércio e empresas, do ofertório nas igrejas e capelas da Diocese, da Fundação Barreto, de ofertas particulares. Quanto ao sector das roupas, diz o referido relatório, continua a ser um dos problemas mais graves com que a Cáritas se debate, porque oferta é muito maior do que a demanda e, por isso, torna-se necessário um grande roupeiro e uma grande organização, para o que necessita a Cáritas mais voluntários, sobretudo na parte da manhã. Neste sentido foi elaborado um projecto de registo das roupas e bens que são distribuÃdos. Os apoios em alimento são dados geralmente sob a forma de cabazes. Estes alimentos provêm dos donativos da Fundação Barreto, da Segurança Social, da Comunidade Europeia e das recolhas e alimentos nos supermercados. Um dos serviços da Cáritas é o atendimento prestado pelas Voluntárias. O referido relatório regista um valor de um 40% para a área do desemprego, um 20% no sector do endividamento, um 20% no âmbito do alcoolismo, um 15% na problemática da droga e apenas um 5% na valência da imigração. Denuncias Os serviços da Cáritas, como rosto da caridade da Igreja, apoia-se e alimenta-se da fé, salientou José Barbeito, presidente cessante, ao iniciar ontem a Assembleia Geral. Já o Bispo do Funchal, perante os números ontem apresentados, optou por falar em pobreza escondida na Região. «É uma pobreza que faz com que a pessoa se sinta excluÃda da sociedade e se torne diferente dos outros, tenham vergonha de aparecer por não estar ao mesmo nÃvel dos outros», explicou. Apesar das melhorias, que o relatório apresentado destaca, D. Teodoro de Faria sublinhou que continua a haver muitos tipos de pobreza. «Houve outros campos em que a sociedade regrediu. Na questão do álcool, por exemplo, com efeitos maléficos nas famÃlias», disse, dando como exemplo o caso das mulheres que, sublinhou, «bebem mais do que antigamente», sem esquecer o martÃrio da droga. Caritas Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...