CONSELHO GERAL CÁRITAS PORTUGUESA
O Conselho Geral da Cáritas Portuguesa teve lugar dias 25 e 26 de Outubro, em Viseu.
O alargamento da União Europeia foi o tema central do encontro e João Salgueiro o orador convidado. Na sua reflexão, o Presidente da Associação Portuguesa de Bancos enunciou os novos desafios que se colocam a Portugal, bem como os caminhos possíveis para a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Foi sublinhada a necessidade de alertar cada indivíduo, singularmente considerado, para a importância de uma intervenção consciente e responsável, em vista do bem comum. A urgência de eficácia das instituições nacionais, medida pela capacidade efectiva de realização, foi pensada em conformidade com o estabelecimento de modelos de acção cada vez mais humanizados, indispensáveis ao processo de dignificação do ser humano. Neste contexto, a criação de emprego qualificado é assumida como uma prioridade no combate a um problema social que pode atingir uma importante fatia da população. Sobre o texto da Constituição Europeia, João Salgueiro manifestou-se a favor de uma referência explícita às raízes cristãs do velho continente. No final, a mensagem que deixou alerta para a necessidade do testemunho público dos cristãos, fundamental para a edificação de uma solidariedade sem fronteiras.
Num segundo momento, foi apresentado e aprovado o Programa de Acção da Cáritas para 2004. Nele consta a intenção de aprofundar e dar a conhecer a identidade e a missão da Cáritas, no âmbito de um projecto de renovação da imagem da instituição. O objectivo central desta operação passa pelo aumento da eficácia da acção da Cáritas – só possível com um maior envolvimento da população – ao serviço dos mais desfavorecidos. É ainda a pensar nas populações carenciadas que a Cáritas Portuguesa aposta em acções de formação de técnicos especializados, comprometidos em dar respostas concretas às reais necessidades da sociedade. Aqui entram em linha de conta todas as acções concertadas de integração, reabilitação e emergência quer de âmbito nacional, quer de cooperação internacional.
Depois da aprovação, por unanimidade, do orçamento rectificativo de 2003 e do previsional para 2004, fez-se um balanço da campanha “Renascença-Cáritas: Ajuda Portugal”, operação de solidariedade a favor das vítimas dos incêndios. A partilha da experiência das Cáritas Diocesanas, em acção directa de ajuda no terreno às populações mais afectadas pela tragédia, trouxe dados concretos sobre a utilização dada às verbas recolhidas (em anexo, relatório da campanha, com o esclarecimento sobre a aplicação desse montante).
O ponto de situação da campanha “10 Milhões de Estrelas” deixou claro o envolvimento da grande maioria das Cáritas Diocesanas neste projecto de promoção da PAZ e da reconciliação. O objectivo das diferentes acções é motivar cada cidadão para a aquisição de uma vela que, quando acesa (dia 20 de Dezembro em manifestação pública e dia 24 por iniciativa de cada pessoa ou família) possa simbolizar a adesão da população portuguesa à causa da PAZ.
No final dos trabalhos foi discutido o tema que serve de inspiração à Semana Nacional da Cáritas (a família) e aprovado o lema nacional “Família solidária, um clik de esperança”.
Nas palavras de encerramento, Eugénio Fonseca, Presidente da Cáritas Portuguesa, deu especial relevo ao envolvimento da Cáritas com os diferentes parceiros sociais no cumprimento da sua missão e chamou a atenção para a importância da esperança na construção de um mundo mais solidário. O Bispo D. José Augusto Pereira (membro da Comissão Episcopal da Acção Social e Caritativa) fechou o encontro lembrando que “a Cáritas é a expressão visível da caridade da Igreja Diocesana e que a Igreja como mistério de comunhão tem de dar uma atenção aos mais carenciados, sendo a expressão da fé feita de obras”.