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Carta aberta de católicos apela ao voto de acordo com a ética cristã

Octávio Carmo
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Várias personalidades católicas de diferentes quadrantes políticos divulgaram uma carta aberta a todos os eleitores por ocasião das eleições legislativas do próximo dia 20, pedindo que o seu voto tenha em conta as questões básicas da ética cristã, como o aborto, a eutanásia, a salvaguarda da família, o casamento homossexual, a liberdade de ensino e de religião. Citando a “Nota Doutrinal sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política”, da Congregação para a Doutrina da Fé, a carta lembra que “quando a acção política se confronta com princípios morais que não admitem abdicações, excepções ou compromissos de qualquer espécie, é então que o empenho dos católicos se torna mais evidente e cheio de responsabilidade”. Como exemplo destas situações são apresentadas “as leis civis em matéria de aborto e da eutanásia, que devem tutelar o direito primário à vida, desde a sua concepção até ao seu termo natural”, “o dever de respeitar e proteger os direitos do embrião humano” e “a tutela e promoção da família, fundada no matrimónio monogâmico entre pessoas de sexo diferente”. “Não se pode, de maneira nenhuma, pôr juridicamente no mesmo plano, com a família, outras formas de convivência, nem estas podem receber um reconhecimento legal como família”, refere o documento. “Misturadas com as diversas correntes e a par das aspirações legítimas vagam também orientações ambíguas; por isso o cristão deve distinguir e evitar comprometer-se em colaborações incondicionais e contrárias aos princípios de verdadeiro humanismo”, alerta a carta. Apelando à participação de todos, o texto refere que “a abstenção é uma grave omissão aos deveres de uma consciência católica”. Os signatários, entre os quais se incluem Braga da Cruz, reitor da Universidade Católica Portuguesa, o ex-ministro Hernâni Lopes, o ex-bastonário da Ordem dos Advogados Lopes Cardoso, Jaime e Maria José Nogueira Pinto ou o presidente da CIP Francisco Vanzeller, asseguram que a sua intenção não é dar qualquer indicação de voto, mas sim lembrar que o “pluralismo político dos católicos não pode ser confundido com relativismo moral”. Angariado um primeiro grupo de subscritores, abre-se agora a respectiva subscrição pública em www.petitiononline.com/qd2d2005/petition.html Com esta iniciativa (que pode ser subscrita por quem o entender, católicos ou não), os seus promotores pretendem apenas, nesta conjuntura pré-eleitoral, “colocar à consideração de todos os cidadãos eleitores, filiados ou não em quaisquer partidos, uma questão de consciência”. Carta aberta de católicos aos eleitores • Uma questão de consciência


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