Nacional

Cinema Francês em Festa

Francisco Perestrello
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No legítimo esforço de divulgar o cinema produzido no seu país, os Institutos culturais organizam semanas com obras recentes, conseguindo assim, em bom número de casos, despertar o interesse dos distribuidores para obras que, de outra forma não chegariam ao seu conhecimento. Iniciativas desta natureza têm sido organizadas pelo Instituto Cer-vantes – para o cinema espanhol – e pelo Goethe-Institut, ou Instituto Alemão, para o cinema germânico. Mas especial projecção tem sido alcançada pelas semanas ou Festas do Cinema Francês, cuidadosa e regularmente organizadas anualmente e que contribuem decisivamente para a inversão de tendência na projecção de cinema francês em Portugal. Dos filmes incluídos na Semana, mais cedo ou mais tarde uma percentagem considerável acaba por ser estreada, mesmo que num número reduzido de salas. Nesta mesma base o Instituto Franco-Português tem em curso a sua “6ª Festa do Cinema Francês”. Com uma crescente ambição abriu os trabalhos com uma Conferência de Imprensa, com a presença de Costa Gavras e José Garcia, respectivamente realizador e actor de «Golpe a Golpe», o filme de abertura. Costa Gavras é um cineasta que frequentemente se preocupou com os direitos humanos, com o abuso das ditaduras e outras formas de abuso do poder. O seu cinema, tecnicamente escor-reito e bastante espartano, permite sempre uma análise objectiva e abertura para que os espectadores retirem as devidas conclusões. Para além do filme de Gavras serão apresentadas mais cerca de trinta obras, dos mais diversos géneros cinematográficos. Com sessões no Instituto Franco-Português e Forum Lisboa (Lisboa), Teatro Municipal de Faro (Faro), Teatro Municipal Rivoli e Cinemas Cidade do Porto (Porto), e ainda em Coimbra, no Cinema Millenium Avenida, esta iniciativa é uma oportunidade para quem se afasta um pouco do cinema predominantemente americano, que preenche a maioria dos nossos ecrãs. Francisco Perestrello


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