Nacional

Cinema na televisão

Francisco Perestrello
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De forma contraditória a televisão é considerada um inimigo e um amigo do Cinema. Logo que a TV iniciou a sua transmissão ainda só com um canal da RTP, as salas de cinema sofreram um sério abalo, pois as pessoas evitavam sair à noite. Ao longo dos anos e, sobretudo, com a abertura de novos canais, de tal forma os distribuidores e exibidores reclamaram, que chegou a haver um acordo pelo qual não havia qualquer filme na TV à Segunda-feira, libertando uma noite para os espectadores verem filmes em sala. Com o passar dos anos a frequência dos cinemas foi sendo recuperada - com maior variedade, mercê das multi-salas - e os profissionais foram encontrando compensações na venda de direitos para transmissão televisiva, bem como nas edições de vídeo e DVD, em que a televisão é o ecrã que serve de suporte. Boa parte da programação televisiva foi, e é ainda hoje, baseada em produtos cinematográficos, agora com canais especializados, multiplicando-se os que apenas se dedicam a filmes de curta e longa metragem, ou a estes associados a séries. Muitos, a maior parte, na TV Cabo, mas também outros em operadores com menor expansão mas que cobrem progressivamente uma maior parte do País, como a TVTel e a BragaTel, ou a Cabo Visão, entre outros. Os canais especializados começaram pelo Hollywood e pelo Telecine, este último adquirido pela Lusomundo que alargou as duas vias então existentes - Premium e Gallery - para quatro, acrescentando a Action e o Happy, cada qual na sua especialidade. Mas as dificuldades de programação foram crescendo e pareceu mais fácil misturar todos num só conjunto, passando a designação para TVCine 1 a 4. Tendo em conta a forte concorrência na área das séries, nomeadamente por via do AXN e dos FOX, a Lusomundo acrescentou agora o MOV, em que o tempo dedicado a séries aumentou substancialmente quando comparado com os quatro canais anteriores do mesmo grupo. Cresce a variedade... assim não se despreze a qualidade. Francisco Perestrello


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