Cinema Português não Morre Francisco Perestrello 13 de Março de 2007, às 13:25 ... Depois de ano relativamente abundante em filmes portugueses, 2007 segue, até à data, uma cadência mais moderada tendo agora estreado a terceira obra nacional desde Janeiro. A maior vantagem que se tem obtido deste aumento, em quantidade, é ter-se optado por uma maior variedade de géneros, mesmo que se reconheça que a qualidade média tem ainda muito campo para subir. "SuicÃdio Encomendado" é uma comédia, um género que nunca recuperou o devido fôlego de uma forma consistente desde o ponto alto dos anos 40 do século findo. Estreante na longa metragem, Artur Serra Araújo tenta a sua sorte sobre um argumento de sua própria autoria, talvez inspirado em obras da mesma linha, como "A Escola de bem Gozar a Vida", filme dinamarquês que se chamava em tradução literal "Escola de SuicÃdios", tÃtulo que foi recusado pela censura de então. A ideia central teria alguma potenciali-dade, sobretudo se conduzisse a conclusões, mais morais ou menos morais, que revelassem a influência da repetida proximidade da morte a um candidato a suicÃdio. Mas faltou o talento necessário para que o interesse se mantenha até final e, pior do que isso, raramente se encontram as adequadas saÃdas humorÃsticas para as situações criadas. A empresa de suicÃdios é ineficiente, enquanto o cliente se sujeita a tudo com limitadas reclamações. A solução foi estender a narrativa através dos longos percursos em automóvel, num diálogo a dois, que mostra as boas capacidades de José Wallenstein e as muitas limitações de João Fino, dois actores de diferentes gerações e que não cruzam muito bem os seus desempenhos. De realçar que, contra a generalidade dos casos, o filme não contou com subsÃdio do ICAM, constituindo assim um esforço notável de uma pequena produtora, a FBF, e sendo visÃvel que os intervenientes colaboram com um grande espÃrito de equipa, sobretudo em consequência da limitação de meios. Francisco Perestrello Cinema Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...