Nacional

Comissão Diocesana de Justiça e Paz do Funchal quer «construir a esperança»

Jornal da Madeira
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Encontro com D. Teodoro de Faria

D. Teodoro de Faria, Bispo do Funchal reuniu-se, ontem à tarde, com a Comissão Diocesana de Justiça e Paz, um organismo laical, criado pela Conferência Episcopal Portuguesa, com a finalidade genérica de promover e defender os ideais da Justiça e da Paz à luz do Evangelho e da doutrina social da Igreja. No final do encontro com os elementos que formam aquela Comissão na Diocese do Funchal, D. Teodoro de Faria referiu-se à importância daquele organismo, que surge na sequência da determinação da Santa Sé que exige que ela exista em todas as Dioceses e até nas paróquias, «pois os problemas da justiça e da paz são muito cadentes. Como temos visto, na Europa têm surgido fenómenos que têm de ser tratados e estudados numa visão cristã para depois se tratarem todos os casos concretos que vão surgindo nas diversas dioceses». Como sublinhou o prelado funchalense, o encontro de ontem serviu para que fossem revistas certas situações «que nos colocam problemas e que depois irão ser analisados, como, por exemplo, situações relacionadas com a exclusão social, o trabalho, a família, a escola, pois hoje os problemas humanos são muito grandes em todos os lados». Quanto às posições que aquela Comissão toma em relação ao poder, D. Teodoro de Faria acentuou que «a Comissão Nacional de Justiça e Paz não é uma espécie de manteiga branda que se corta como se quer e se entende. Ela é constituída para olhar para as situações e resolvê-las à luz do Evangelho. E o Evangelho “queima” e, como tal, pode fazer doer alguém, mas as situações queimam também. Esta Comissão não existe para estar a criticar os outros, mas para ter uma influência na sociedade e nos que mais necessitam». O presidente da Comissão Diocesana de Justiça e Paz, referindo-se aos propósitos daquele organismo, sublinhou que ela terá «como denominador comum a preocupação de que para “possuir a Terra” é indispensável saber defender, acerrimamente, os Direitos Humanos, preservar a Natureza, respeitar a Liberdade de todos, procurar a Verdade e cultivá-la, promover a Justiça e a Solidariedade, amar o próximo, perdoar, como queremos que nos perdoem». Quanto à actividade nesta Diocese, Roque Martins acentuou que, «de acordo com o nosso compromisso eclesial e a nossa fidelidade ao pensamento da Igreja, e no entendimento de que este se não esgota nos documentos, que são a sua expressão visível, prestaremos a maior atenção às questões que surgiram ou surjam na nossa sociedade e no Mundo. Por isso, em breve, iremos apresentar um programa com o qual iremos ao encontro de todas as mulheres e homens de boa vontade, nesta terra que amamos, bem como amamos a Igreja que nos formou, e queremos continuar a ser seus servidores fiéis». A concluir, referiu que «construir a Esperança é dar voz à gente comum numa radical afirmação dos direitos da vida perante o ídolo sacrificador duma sociedade que tem no consumo e no sucesso os seus principais objectivos. Queremos acentuar, de forma muito clara, que nunca o Evangelho nem a experiência viva da tradição cristã serão utilizados por nós em favor de opções políticas ou sociais particulares. Queremos, pois, propor a todos os homens um humanismo à altura do desígnio do amor de Deus sobre a história, um humanismo integral e solidário».


Diocese do Funchal